Conforme mencionei no texto
Bruxaria, a Magia consistiria nos atos praticados por Magos, geralmente
Iniciados ou Místicos que alcançaram um determinado grau de Maestria na
manifestação da Força de Vontade moldando a realidade a seu redor.
De acordo com o tipo de
modificação que se pode produzir em nossa realidade teremos diferentes tipos de
Magia, sendo que uma das mais antigas e simples formas de classificar é o
Sistema de Cores, embora por ignorância muitos o desconsiderem por acreditarem
se tratar de uma forma discriminatória de classificação.
Na verdade apenas se torna
necessário que haja algum modo de classificação para que não se esteja tratando
de um tema pensando estar tratando de outro, sendo que cada tipo se caracteriza
muitas vezes até mesmo por princípios e objetivos absolutamente contrários e de
modo algum se poderia definir como se tratando de uma única e mesma coisa,
mesmo que a todos se possa classificar com termo Magia por terem em comum o
fato de serem meios de expressar a Força de Vontade do Mago.
A classificação por cores é um
sistema de avaliação que se sobrepõe a uma outra forma bem mais difundida e
aceita, exceto por determinados setores que é a classificação de Alta Magia e
Baixa Magia. Deste modo teremos como modalidades de Alta Magia a Magia Branca e
a Magia Negra. Enquanto como Baixa Magia teríamos a Magia Cinzenta e a Magia
Amarela.
Existe ainda aquilo que seria
chamado de Magia Vermelha, mas esta não tem como ser classificada no contexto
de Alta e Baixa Magia, assim como ocorre com a Magia Teúrgica que igualmente
não se classifica desta forma e nem mesmo lhe é atribuída uma cor específica.
É importante que se diga que
embora seja comum se referir a Magos como sendo eles Magos Brancos ou Magos
Negros, esse sistema de classificação não é voltado a uma forma de avaliação do
Mago em si e sim da modalidade de Magia praticada, de modo que um Mago Negro
nada mais seria que alguém que se dedique exclusiva ou predominantemente à
prática da Magia Negra, assim como a Magia Branca seria a escolha prioritária
de prática daquele que seria chamado de Mago Branco.
O tema apenas se torna polêmico
em razão das preferências pessoais e a maneira como cada grupo se
auto-intitula. De modo que é comum que praticantes de Magia Branca não se classifiquem
desta forma e prefiram a definição Alta Magia ou simplesmente Magia, enquanto
os praticantes de Magia Negra costumam gostar de serem classificados desta
forma, justamente por ser uma maneira de distingui-los dos demais praticantes
de Magia.
Ainda mais controvérsias ocorrem
quando o tema é Baixa Magia, sendo que seus praticantes muitas vezes repudiam
tal denominação preferindo definir suas práticas simplesmente como Magia.
Embora esta muitas vezes também possa ser classificada com o termo Magia Natural
e este costuma ser mais aceito do que Baixa Magia.
A questão é que em geral os
praticantes de Magia Cinzenta e Amarela não costumam adotar tais
classificações, sendo bastante comum que a prática de Magia Cinzenta seja
confundida com a de Magia Branca, se definindo em geral simplesmente como
Magia, ou Magia Natural, também conhecida como Magia do Campo. Enquanto os
praticantes de Magia Amarela costumam se confundir com os de Magia Negra,
muitas vezes equivocadamente se classificando desta maneira mesmo que suas
práticas não sejam de Alta Magia mas sim de Magia Natural.
Os conceitos de Magia Natural
facilmente são confundidos com os conceitos de Bruxaria e de Feitiçaria. Tal
ocorre em razão da possibilidade de sobreposição de termos, pois são modos de
classificar distintos. Tanto um Feiticeiro quanto um Bruxo podem se tornar
Magos enquanto o inverso não ocorre.
Algumas das práticas e técnicas
das Magias Amarela e Cinzenta são de conhecimento público que tornam possível
que sejam exercidas como uma forma de Feitiçaria bem como poderão ser
praticadas por quem comumente se classifique como Bruxos.
Muitos desses conhecimentos eram
de domínio dos antigos Celtas e demais povos a Europa pré-Cristã de modo que
isto fez com que tais práticas acabassem sendo muitas vezes classificadas como
Bruxaria e essa forma de classificar acabou sendo estendida para os Cultos de
Origem Africana quando estes foram ser classificados pelos Europeus.
O termo Mago, assim como Wizard
em Inglês é uma referência à uma "pessoa sábia". A origem do termo é
Persa, vem do termo Magi, ou Magus que é uma referência à grandeza, sabedoria e
habilidade, bem como também havia uma referência ao termo "imagem".
Alguém que toque muito bem um
instrumento musical poderia ser chamado de um Mago. No entanto este termo
passou a se aplicar à indivíduos que fossem orientadores, líderes, estudiosos,
conhecedores e detentores de alguma sabedoria.
O uso da palavra passou a ser
usado como um título, uma forma de reconhecimento, atribuído à grandes
conhecedores das Ciências Ocultas e Materiais assim como de Artes e outros
conhecimentos que em geral eram obtidos em Grandes Escolas, nas quais nos
tempos antigos, não havia uma separação entre o estudo das Ciências, como
também Política e Religião faziam parte de um único conjunto de conhecimentos.
Sendo assim, aqueles que se destacavam nestes estudos costumavam ser
Ocultistas, Iniciados nos Mistérios da Natureza Oculta e Espiritual.
Magia por sua vez, passou a ser
um termo utilizado com sentidos diferentes dependendo de quem o utilizava.
Quando dito por Magos este termo era uma referência à um aspecto do
desenvolvimento prático e científico dentro do Ocultismo. Já quando dito por
outros costumava ser uma referência à "grandes feitos", ou seja, algo
"dígno de um Mago".
Este uso popular do termo
"Magia" passou a criar a sobreposição de informações, sendo que
coisas feitas por Feiticeiros passaram a ser chamadas de Atos Mágicos, por
serem Grandes Feitos dignos de um Mago.
Isso fez com que surgissem
ambiguidades, dependendo do sentido que se queria dar, pois quando com
admiração se dizia que fulano era um Grande Feiticeiro, passou a ser diferente
de quando se dizia com corações cheios de medo pelo o que não se conhecia que
fulano era um Grande Bruxo. Surgindo assim também o entendimento de Magia como
algo obscuro e sombrio para o qual não se tem explicação.
Assim também ao se ligar o termo
Magia à mistério, desconhecido, feitio, incluiu-se aí o termo truque, surgindo
assim o feitio de coisas que buscassem reproduzir os efeitos misteriosos
daquilo que os feiticeiros faziam, assim surgindo a partir dos Saltimbancos
Europeus os chamados Mágicos, que são os Prestidigitadores, aqueles que criam
efeitos mágicos, inexplicáveis, misteriosos, surpreendentes, aparentemente grandiosos,
manipulando as imagens, as aparências, passando isso a ser levado aos Circos.
Assim muitos Feiticeiros passaram
a buscar criar efeitos prodigiosos, dando mais valor às aparências do que à sua
utilidade e passando a se auto-intitularem Magos.
Sempre existiram diferentes
níveis de conhecimento e habilidade prática de lidar com a Natureza Oculta,
sendo que passou-se a diferenciar tais níveis atribuindo o termo Bruxo ou
Feiticeiro à aqueles que se dedicam a lidar com a chamada Magia do Campo, que
trata com princípios da Natureza manifestada. Deixando-se assim o termo Mago
reservado à aqueles que atuam com o que passou a ser chamado de Alta Magia,
conhecimentos da Natureza Imanifesta, dos Princípios Mentais e Espirituais.
O conceito de Magia dentro das Ciências
Ocultas é extraordinariamente abrangente e inclui desde todas essas formas de
manifestação como igualmente um processo de transformação e desenvolvimento
interior que geralmente é estudado pelos Alquimistas mais eruditos de abordagem
filosófica, consistindo num Caminho de Desenvolvimento Espiritual Análogo aos
Caminhos Iniciático e Místico, formando assim uma terceira via de
desenvolvimento conhecida como Caminho Mágico, ou em alguns casos como Via
Crucis.
Mas se trata de um Caminho
próprio para aqueles que já possuam desenvolvida a Força de Vontade e tenha
conquistado alguma porção de Sabedoria, de modo que só é dado trilhar esse
Caminho para aqueles que anteriormente obtiveram algum sucesso ou no Caminho
Iniciático, ou no Caminho Místico.
A Alquimia em si não consiste
exatamente em uma tipo de Magia, não sendo preciso ser Mago para praticá-la e
estudá-la, sendo que neste caso ela poderia ser considerada como um nível
superior de Feitiçaria, pois igualmente não é preciso nascer com talentos especiais
para desenvolver-se nesse meio.
A questão é que o Mago uma vez se
dedicando ao estudo da Alquimia este encontrará ali uma fonte extraordinária de
aprendizado e desenvolvimento, podendo levar sua Manifestação a um nível ao
qual alguns chamam de Psicúrgos, ou "Curadores da Alma", realizadores
de "trabalhos psíquicos", sendo que com isso se observa que mesmo
para a Condição de Mago ainda existem níveis de desenvolvimento, sendo que este
não teria como ser alcançado apenas com a prática de Feitiçaria, ou mesmo de
Baixa Magia.
Nisto consistiria o Caminho
Mágico, sendo um caminho de desenvolvimento trilhado por aqueles que já se
fizeram Magos, como uma continuidade dos Caminhos Iniciático e Místico. Embora
nem todos vislumbrem essa possibilidade ou mesmo tenham interesse em seguir
neste rumo, sendo mais comum este interesse entre aqueles que vivenciam o
chamado Caminho do Meio e os buscadores do Caminho da Mão Esquerda. Enquanto os
da Mão Direita nutrem ideais mais voltados a alcançar a condição de Santidade. Assim
também é com relação ao Caminho Místico, de modo que os que trilham o Caminho
Iniciático se vêem mais propensos a buscar o Caminho Mágico como uma
continuidade em suas jornadas.