sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A Estrela de Belém


Os textos bíblicos nos trazem uma linguagem carregada de simbolismos através de suas estórias e narrativas, sendo uma abordagem raramente descritiva, mas muito especialmente explicativa.

Para bem entender os textos bíblicos é preciso que tenhamos em mente o objetivo de tais narrativas, que a princípio não visam descrever eventos históricos, mas sim, se vale de eventos históricos e de tradições populares para criar estórias que nos levem a compreensão de determinadas realidades abstratas que de outra maneira não teriam como serem descritas.

Certos trechos nos trazem questões que costumam serem interpretadas de maneiras muito diferentes de acordo com o ponto de vista com o qual lemos a narrativa, como no que diz respeito à menção da figura da “Estrela de Belém”.

Decidi tratar do tema ao ver um texto de um amigo em seu blog:


Neste texto ele traz uma abordagem mais científica, como normalmente vemos a referência à Estrela de Belém ser tratada como uma referência a um evento físico e astronômico ou como sugerido neste caso, astronáutico.

No entanto, existem referências alheias ao conteúdo do texto bíblico em si, que nos permitem atribuir uma interpretação mais voltada para o tipo de entendimento encontrado na cultura da época.

Os Evangelistas, autores das narrativas do Novo Testamento, eram indivíduos estudiosos, versados no que havia de mais avançado em termos de filosofia, com base na Cultura da época e daquele povo.

Embora o que estivesse sendo apresentado, a filosofia do pensamento do Cristianismo, fosse algo novo, a maneira de explicá-lo acabaria exigindo comparações pensamentos já conhecidos na época.

Neste caso, observamos que as referências existentes na época eram as tradições seguidas pela escola filosófica que deu origem ao Cristianismo que era o “Colegiado dos Essênios”, sendo que este tinha por base conhecimentos vindos da Cultura Egípcia, que igualmente foi transcrita para o povo Judeu por Moisés.

Naquela região do mundo, certos conhecimentos de Culturas diferentes interagiam de maneira complementar, como víamos o Tarô Egípcio, a Astrologia dos Caldeus e a Cabala Judaica.

Com base nestes princípios encontramos referências que nos permitem uma compreensão bastante diferente do episódio dos “Três Reis Magos e da Estrela de Belém”.
 

No Tarô Egípcio que consistia originalmente, não em um jogo de oráculo, mas sim um livro Simbólico Iniciático, contam 4 elementos marcantes que são os chamados “Senhores” dos 4 instrumentos Mágicos. Cada um deles também era chamado de “Rei”, tendo igualmente um paralelo com um dos “4 Guardiões dos Céus”, da Astrologia Caldaica primitiva, ou seja, 4 Estrelas.
 
Ao estabelecer o paralelo entre estas 4 figuras e a Cabala Judaica, encontraremos uma relação entre tais figuras e a Anatomia Oculta do Ser Humano.

Podendo reconhecer assim uma referência muito clara a esta simbologia se levarmos em consideração que um dos significados Ocultos originais do termo “Belém” é “Aqueles que estão ao lado de Deus”. Encontramos assim uma referência aos Sephirot superiores da região da cabeça.

Assim também se compararmos aos presentes levados pelos Reis Magos em comparação com os instrumentos Mágicos dos Senhores do Tarô, Incenso, Mirra e Ouro, correspondendo a Cetro, Taça e Selo Mágicos, sendo que o Quarto elemento, a “Estrela de Belém” corresponderia ao “Senhor da Espada”, a “Estrela Real de Aquário”, Fomalhaut (A boca do peixe).

Tal Marca relacionado à figura de Jesus Cristo pode ser observada em outras passagens como o uso do Peixe como símbolo, ou como em referências ao simbolismo da Espada em Mateus 10:34:

"Não Julgueis que vim trazer paz a terra. Vim trazer não a paz, mas a espada."
 
Tais definições comparativas nos trazem a compreensão de um rico sistema de simbolismos que nos remetem a interpretar os significados relativos à própria Natureza Humana encontrados nas Narrativas Bíblicas. Pois veremos que cada personagem corresponde a um aspecto do ser humano.

No entanto, havia realmente um hábito do povo Judeu na época de estabelecer em suas narrativas filosóficas paralelos com eventos e personagens históricos.

Sendo assim, no que diz respeito ao conteúdo do Novo Testamento, encontramos algumas questões muito específicas, pois encontramos referências à ação de personagens históricos que não correspondem mais à condição Humana, por se tratar de seres conhecidos como "Mestres Espirituais".

Tais Seres podem interagir com os humanos, mas quando o fazem, preservam certas características, tais como o “anonimato”, ou seja, são identificados com determinados elementos simbólicos, assim como aspectos do Ser Humano, de modo que se possa entender qual é sua relação com os seres humanos.

Assim, vemos que o reconhecimento de a que seres o texto se refere através da associação e identificação existente entre estes seres e os símbolos usados para representá-los.


Os “Três Reis Magos”, eram descritos como indivíduos “seguidores” da “Estrela de Belém”. Neste sentido podemos observar uma referência indivíduos que sejam “representantes” deste quarto elemento, que lhes serve de referencial.

Estes indivíduos seriam Seres Supra-Humanos e eles próprios teriam nesta “Estrela de Belém” alguém a ser seguido.

Podemos observar que na estrutura da “Grande Loja Branca”, ou da “Grande Hierarquia Espiritual”, encontraremos Seres dos mais diversos Níveis, sendo Humanos, “Mestres de Sabedoria”, seres angelicais e reconhecemos a existência uma distinta categoria de Seres, que se caracterizam por constituírem um 6º Reino.

Tais seres correspondem a um nível de desenvolvimento tão superior ao dos “Mestres de Sabedoria”, quanto estes o são dos Humanos. Estes são seres aos quais poderíamos nos referir como sendo “Mestres dos Mestres”, “Reis dos Reis” e o que vemos descritos nos textos do Novo Testamento são referências a esta classe de criaturas, em especial a um caso específico de um Ser ao qual foi atribuído o Pseudônimo de “Ieoshua” (Jesus), que significa Salvador, consistindo em uma referência a um aspecto na Natureza Oculta do Ser Humano.

E neste caso específico vemos então uma referência a apenas mais um Ser de igual estatura, um Ser que recebeu o Pseudônimo de “Estrela de Belém”, que também já havia sido conhecido em diversas outras Culturas ao redor do mundo na Antiguidade como “A Estrela do Oriente”.

Os Seres deste 6º Reino também são conhecidos como “Mentores Espirituais”, sendo que estes possuem papéis significativos para a Manifestação da “Hierarquia Espiritual”, tendo funções diretivas, sendo suas ações seguidas pelos “Mestres de Sabedoria” e por sua vez pelos Humanos envolvidos na Teurgia.

Existem Sub-Divisões na “Hierarquia Espiritual”, sendo que uma das mais significativas é conhecida como “Ordem da Estrela”, sendo justamente “Chefiada” por este Ser conhecido como “A Estrela do Oriente”, sendo que esta possui seus “representantes”, sejam eles “Mestres” como no caso dos “Reis Magos”, ou mesmo Humanos, como foi conhecido modernamente o famoso Místico Indiano Jiddu Krishnamurti, assim como diversos outros indivíduos anônimos, encarnados e desencarnados, isoladamente ou em grupos constituídos, que realizam atividades, que de forma consciente ou inconsciente são “dirigidas” pela “Ordem da Estrela”.
 


 

Um comentário:

  1. Olá Adonai,

    Eu sei que há simbologia na Bíblia. Entre outros exemplos, vejamos um específico:

    “Ao obedecer a João Batista, o rei Herodes evitou se relacionar sexualmente com a sua esposa Herodias (ex-mulher de Felipe, seu irmão). Por isso, ela se vingou, tentando de forma rebelde eliminar o obstáculo que sufocava sua liberdade (Marcos, 6:17 a 29). Esse episódio tem um significado simbólico interessante. Ou seja, a pessoa ao ser reprimida por uma doutrina religiosa rígida, acreditando na suposta ‘justiça’ e ‘santidade’ de seus professores, no fundo deseja mesmo é se livrar da repressão que sufoca a realidade”.

    Mas, por trás de uma simbologia, existe uma realidade responsável pelo surgimento da simbologia. Do contrário seria tudo simplesmente fantasia e nenhuma realidade.

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