sexta-feira, 16 de março de 2012

O que aprendi...

 
 
Com o passar do tempo inevitavelmente aprendemos e muitas vezes as lições aprendidas jamais foram lidas, nem tão pouco escritas por alguém...

Aprendi que mestre não é aquele que nos ensina e sim aquele com quem aprendemos e que o aprendizado não acaba quando passam a aprender conosco, pois muitas vezes só neste momento é que verdadeiramente começamos a aprender.

É possível que nos tornemos um mestre a partir do momento em que nos dispomos a aprender com tudo e com todos, até consigo mesmo.

Nada ou ninguém é grande o bastante a ponto de abarcar o saber, pois tudo que há para se saber é rigorosamente tudo que existe, o que é grande demais para qualquer criatura.

Tudo que se possa dizer sobre o saber ainda é pouco, nada é tão grandioso quanto aquilo que sei que há para se saber.

Nem só aprendemos o que exista a saber, mas também e muito especialmente aquilo que há para ser vivido, aquilo que ao saber nos tornamos e há coisas que não nos basta aprender.

As grandes maravilhas desconhecidas que fogem ao alcance de nosso saber e mesmo de nosso aprender são como vidas que partilhamos vivendo junto, sendo estas vidas por um breve instante de tempo algum, mas são vidas tão extraordinárias que nos deixarão uma marca profunda e indelével.

Este é um saber imensurável que só nos é dado compreender por meio de uma subjetiva impressão de profundo vazio que a falta destas vidas verdadeiras nos fazem.

Nem o encantamento residual que este contato nos deixa a iluminar nosso espírito de júbilo e euforia silenciosa, nem a escuridão cinzenta e angustiante da constatação de impossibilidade de partilhar ou mesmo de reter tal experiência, são capazes de nos dar a mais frágil idéia da grandiosidade e beleza do que há para saber e a falta que nos faz sabê-lo.

Palavras não são suficientes para descrever as misteriosas engrenagens que se escondem por de trás da condição humana, nem são realmente concebíveis como imagem, mas apenas como sensação, uma convicção quase palpável de que há um "peixe" muito maior do que jamais foi pescado, ou mesmo visto e não há nada que possamos dizer que não pareça mentira, como pareceria para nós mesmos se nos dissessem.

Só a certeza como a impressão de ter tido um sonho, do qual não nos lembramos, mas nos marcou para toda a nossa vida, com o sentimento saudoso quase insuportável que nos dá uma certeza absurda de ter visto algo verdadeiramente magnífico, cuja a ausência faz sentir tudo o mais algo pequeno, sombrio e cinzento.

O que aprendi... Talvez nunca venha a saber...