sexta-feira, 28 de abril de 2017

Verdade - Liberdade - Mistérios


Não há começo, comece de onde você estiver. Não há fim ou mesmo direção. Vá para onde você quiser. Não há regras, nem a coisa certa a fazer, faça o que quiser fazer. Só há a Verdade e quanto dela somos conscientes. Não há proporção da Verdade que seja ideal ou superior, bem como não há proporção recomendada de ilusão. Não há certo ou errado. Você já definiu para si mesmo desde sempre o quanto e que ilusão irá preservar e quanto da Verdade se dispõe a lembrar neste momento.

A Verdade está toda aí, sempre esteve, se for seu objetivo lembrar-se dela assim o fará, lerá nas entrelinhas, verá os sinais, será conduzido pelas coincidências, casualidades e sincronicidades para lembrar quem você é. Você saberá e terá provas do que está vivendo. Embora como toda jornada chegar ao objetivo não é tão interessante quanto curtir o trajeto.

Não há como sintetizar razoavelmente a Verdade de modo a explicar em poucas palavras, ou ainda, há, em pouquíssimas palavras: Você é Deus. Tudo que deriva destas três palavras é um universo de ilusões extraordinariamente criado de maneira magnífica e perfeita, completa e minuciosa, atendendo em todos os detalhes a todas as nossas formas de percepção.

Na verdade não há para onde ir, só o que queremos ver e viver agora e assim a cada momento. Nesse momento que escrevo sinto o interesse, o impulso de falar disso, de escrever e esse processo é absolutamente livre, eu poderia escrever o que quisesse, o que tivesse a dizer, ou ainda não escrever nada. Se assim o faço é de alguma forma o que me cabia fazer agora, assim como é o que lhe cabia fazer nesse momento seria ler o que está escrito aqui.

Você também é livre, está lendo porque quer, por curiosidade, como também pode deixar de ler. Se estiver lendo na esperança de encontrar algo fantástico que vá virar sua vida de cabeça para baixo, saiba que estou escrevendo com esse objetivo, mas não faço a menor ideia do que estarei escrevendo nas próximas linhas e nem faço ideia do que eu poderia escrever que lhe causasse tal impacto.

Mas posso me lembrar de ocasiões nas quais algo assim me aconteceu, sendo que não é algo específico que sirva para todos, se faz parte do seu momento alcançar um entendimento por meio desta leitura assim o será, por mais banal e vazio de significado seja o que eu disser, pois essa mensagem só será vista por você e só servirá a você e a ninguém mais, podendo haver outros que tenham efeitos similares por meio de outras palavras do texto diferente da sua experiência com ele.

Vi coisas indescritíveis e vivi situações únicas, boa parte delas impossíveis de serem narradas, ou ainda, cuja narrativa não trouxesse nada além de confusão, choque e consequentemente toda uma avalanche de críticas, questionamentos, dúvidas, rancores inexplicáveis e descrédito geral. Por isso não se vê relatos sobre experiências genuínas com o sobrenatural, pois seriam absolutamente infrutíferos podendo ser até desastrosos.


Para quem acredita em Evolução ela existe, mas para quem não acredita, ela não existe. É semelhante a um circuito de rua, você pode andar livremente por elas sem que isso faça de você alguém celebre, como você também pode estabelecer uma sequência de caminhos e apostar corrida com outros criando assim a evolução. Ela é absolutamente real, no entanto ela nos leva apenas a um ponto, compreender a Verdade, a verdade de que a evolução não existe, nos colocando no mesmo lugar que aqueles que não acreditam se encontram.


Mas ter corrido por aquelas ruas pode ser uma experiência diferente de apenas andar aleatoriamente, nos levando a entender e conhecer melhor aquelas ruas. Adquirir e acumular conhecimento também é absolutamente válido, no entanto há diferenças entre ter memorizado todo trajeto e todos os trajetos possíveis e ter experiências diretas vivenciadas na prática.

A memória do que foi vivido é algo bastante interessante, pois nada é perdido, tudo está onde sempre esteve e sempre esteve ao nosso alcance, apenas é interesse nosso vivenciar a ignorância, a ilusão, o sono da alma. É interesse e é necessário. Não há crítica, não há julgamento, não há maneira correta ou errada. Não há limites, não há proibições.

Tudo me é dado, mas nem tudo me interessa no momento. A cada momento podemos estar buscando viver uma experiência diferente, mesmo que conscientemente não saibamos disso, é importante que se diga que esse desconhecimento é proposital para que a experiência seja vivida de forma real. A ilusão é absolutamente real, tal qual a Verdade.

Tudo é uma questão de momento. Nós não somos os mesmos o tempo todo. Apenas não nos damos conta disso em razão da memória. Enquanto estamos focados nos pensamentos e não em quem está pensando não nos damos conta dessa mudança, pois ela é tão natural e nos acompanha desde sempre que não nos apercebemos que somos vários indivíduos que se sucedem no controle desta vida.

Tudo é Verdade, apenas nem tudo é exatamente como lhe foi dito. O mundo é feito para lhe proteger da Verdade, pois a ilusão é a grande verdade, é a Obra Divina, criada para que pudéssemos usufruir de cada experiência a cada momento sem que houvesse o choque e anulação mútua dos contrários, assim eles são mantidos para nosso deleite.

Tudo é válido, tudo se faz necessário em algum momento, em alguma circunstância, tudo é feito para nos causar impacto, contraste, choque, para que possamos vivenciar o contraste, a estranheza, pois em suma é esta nossa Verdadeira Vontade, o que de fato desejamos. Ou seja, esquecer e viver a ignorância para então ser impactado pela Verdade, ou ainda viver a Verdade e se espantar com a intensidade e grandiosidade da ilusão.

Essa extraordinária dança de contrários ao som do tempo, torna a existência um espetáculo de uma magnitude cósmica única. E neste indescritível parque de espelhos somos livres, livres para ser quem quisermos ser, livres para viver, morrer, matar, sofrer, sofrer punições, perseguições, ser morto, ser preso, ser injustiçado, receber o que merece, somos livres para viver a dor, o sofrimento, a angústia, o medo, a tristeza, a raiva, o ódio, o amor, o prazer, a saciedade, os limites, somos livres para viver tudo que a vida tem a nos oferecer, sabendo que isso não mudará quem somos.

O tempo pode nos levar a definir o que estaremos fazendo a cada momento de modo a se ter o melhor aproveitamento possível. Pois os períodos são de duração indeterminada. Ou seja, cada ilusão, cada sonho, poderá ser vivido por décadas, séculos ou mesmo milênios. Sendo assim é sempre interessante estar pleno em cada experiência para tirar o máximo proveito de cada uma. Ainda assim há uma saída de emergência, um botão de pânico, um estado consciencial no qual nos é possível descansar por um momento de tudo que está sendo vivido, mas isto só é utilizado uma vez que se tenha, ao longo da ilusão que está sendo vivida no momento, ter vivenciado a lembrança da Verdade.


Este estado é alcançado quando eliminamos a ilusão mais imediata, aquela que nos é mais próxima. O corpo, os sentidos, as sensações, as emoções, os pensamentos e por fim a consciência, ou seja, quem somos, sendo preciso ir eliminando quem não somos, o que costuma ser um processo relativamente complexo, embora bastante direto. Consiste simplesmente no silêncio e na contemplação da perfeição de cada momento.

Esse momento que estou vivendo enquanto escrevo é absolutamente perfeito, independente de tudo que tenha passado para chegar a esse momento, independente de qualquer especulação sobre o que virá a seguir, sendo reconhecer a perfeição de um momento qualquer é a própria Lembrança da Verdade.

O Agora, o exato momento no que você se encontra aqui lendo essas linhas, pare e sinta, observe, ele é absolutamente perfeito, você se encontra nesse exato momento só, não há mais ninguém aí em sua mente, você é Deus, então todos são você, eu sou você, só existe você e você está aqui neste momento e este momento é único, perfeito e não se repetirá. Você terá outros momentos perfeitos e cada um deles terá esta perfeição.

O Fruto da Vida lhe tira o gosto do Fruto do Bem e do Mal, você deve olhar para esse momento esquecendo completamente o Bem e esquecendo complemente o Mal, eles não existem, não cabem no momento presente, a perfeição é o que cabe nesse momento e se você consegue ver a perfeição do momento então você já conhece o atalho, o ponto de referência, para onde voltar após cada mergulho na ilusão.

Agora se você está em busca dos extremos já existem mapas bem completos, guias, trajetórias, caminhos que te levarão para o extremo que quiser experimentar, prazer, poder, mistérios, tudo já foi dito, basta escolher o que mais se identifica no momento e na ausência de referências externas comece a procurá-las dentro. Primeiramente se perguntando quem é você quando não está sendo você mesmo e quando não está vivendo a perfeição do momento.

Mas é fundamental ressaltar que tudo é real, a dor é real, o sofrimento é real, a morte é real, assim como o prazer, o poder, o triunfo e o fracasso são todos reais e vividos intensa e profundamente. Estando consciente disso você se vê livre para fazer o que quiser, pois saberá até onde se dispõe a ir, quanto é capaz de suportar da Verdade e dos Mistérios.

Liberdade. Você é livre para acreditar no que digo, como é livre para não acreditar e ainda assim continuará sendo irremediavelmente livre, absolutamente livre, pois tudo lhe é dado, só nem tudo lhe interessará no momento.



terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Armas Mágicas - Espada - Terra



Antiga arte esquecida do Culto a Hefesto, o velho ferreiro que fabricava as armas dos Deuses do Olimpo. Esse é um conhecimento Oculto que foi desenvolvido ao longo da história por diversos povos, produzindo artefatos Mágicos os mais diversos. Sempre existiram as Guerras Mágicas e para isso esse conhecimento é fundamental.

Tradicionalmente se considera como básicas as Quatro Armas relacionadas aos Elementos, a Espada, a Taça, o Selo e o Cetro. Mas sempre existiram muitas outras ligadas a outras forças da Natureza.

O conceito das Armas básicas e sua relação com os Elementos sempre foi objeto de discussão, pois em cada linha se atribui os instrumentos a elementos diferentes. Mas isso ocorre porque na verdade cada arma tem suas variantes de cada elemento, ou seja, temos espadas de cada um dos quatro elementos e ainda outras que não estejam ligadas a nenhum deles, bem como teremos aquelas ligadas a mais de um dos quatro e assim também ocorre com as demais armas.

A variedade de instrumentos possíveis é absolutamente incalculável, sendo impraticável catalogar todas as variantes. Mas como referência nós temos o estudo destas principais. A começar pela Espada.

Nas diversas culturas tivemos espadas e lâminas dos mais diversos tipos. Da tradição grega Hefesto criou a espada especialmente para Ares, o Deus da Guerra. A simbologia básica da Espada é a Força de Vontade, ela é um instrumento que serve para exteriorizar sua Vontade, sua determinação, e em síntese isto é Magia, pois essencialmente a Magia consiste em Exteriorização da Vontade.

Em cerimônias Mágicas de certas linhas se estabelece relação da Espada com o Ar e não há dúvidas de que dependendo do uso que se faz dela essa atribuição estará correta. No entanto, de todos os instrumentos, a espada é o mais ligado à realidade física. Feita de Ferro, Aço, minérios os mais sólidos, densos e pesados, trazendo uma ligação muito nítida com o elemento terra. Ao mesmo tempo vemos alguma ligação ao fogo pelo seu processo de fundição, mas sua fabricação exige acima de tudo Força de Vontade, energia, vigor físico, determinação e força bruta.


Outro aspecto em que vemos a ligação com a realidade física é o seu uso, pois é um instrumento criado para dar ao seu portador o poder sobre a vida do oponente, podendo matá-lo, sendo que sua ação Mágica mais fundamental é essencialmente Física, no qual vemos o Mago a nível físico como um indivíduo que se distingue dos demais por ser capaz de exteriorizar sua força de vontade e impor seu querer aos demais, lhe dando um poder natural, que é próprio ao ser humano, mas exige empenho, que é o poder de tirar a vida de alguém se utilizando de instrumentos puramente físicos.


No que se refere ao desenvolvimento espiritual temos aí um domínio da realidade Material, sendo capaz de manipulá-la, assumindo controle sobre a Morte. Com o uso de uma espada, o Guerreiro, que seria a forma mais básica de Mago, assume o poder de impedir que outros lhe tirem a vida, bem como de defender outros que estejam ao seu redor de perdê-la por ação da Vontade de seus oponentes. Por isso podemos dizer que a Espada seria por excelência a primeira arma, aquela lhe dá poder sobre a realidade física.

Na tradição Japonesa tínhamos um dos melhores exemplos da Espada enquanto instrumento mágico dentro deste contexto, em que tínhamos a fabricação ritualizada do Kataná, a arma dos Samurais, tendo-se que segundo a tradição a Espada levava em si o Espírito do Samurai, sua vida, sua vontade, seu poder, sua força, sua honra, sua autoridade, sua essência e seu valor.

Os significados simbólicos da Espada enquanto instrumento Mágico foram se perdendo com o tempo em algumas culturas. Entre o povo Cigano tínhamos o uso do Punhal, de modo que até hoje em certas linhas de Cartomancia é de praxe deixar um punhal na mesa da consulta a guisa de proteção do Oráculo. Isso hoje é entendido de forma poética, abstrata, subjetiva, como uma forma de proteção espiritual, contra energias negativas, no entanto a origem dessa prática era absolutamente objetiva e pragmática, pois era uma arma, com a qual o vidente poderia se defender de agressões físicas do consulente, podendo inclusive se utilizar do punhal como instrumento de ameaça para o caso de o consulente se negar a pagar pela consulta.

O poder da espada como ameaça é algo real, literal, físico, objetivo. A questão é que esse poder é extensivo aos outros planos, mesmo com o conceito de morte se vendo diluído em realidades como o Plano Astral, ainda assim a posse de uma arma como essa lhe confere a distinção como alguém que possui esse poder, que o coloca numa condição acima de quem não possua essa força de vontade, energia, força, para utilizar essa arma.

Isso sempre fez com que Guerreiros fossem vistos como indivíduos diferenciados nas mais diversas sociedades da antiguidade. Hoje a nível físico esse poder da Espada ainda é absolutamente real, mas é substituído modernamente pelas armas de fogo, que mantém boa parte dos seus significados. Assim também se pode considerar que armas de fogo sejam instrumentos Mágicos. Embora sua eficácia a níveis supra físicos seja bastante reduzida.

Pois para o uso das armas de fogo não é preciso o mesmo nível de Força de Vontade, determinação, esforço e Coragem para seu manuseio, de modo que as Armas Mágicas são extensões do poder do Mago, é preciso que o portador da Arma tenha esse poder, ou do contrário a Arma não irá lhe proporcionar esse poder.




Ainda assim existiram culturas e tradições modernas que se valeram das armas de fogo como instrumento Mágico a nível prático e objetivo, como no caso dos Norte Americanos, no período em que os Colonos foram conquistando territórios em direção ao Oeste e se estabeleceu a figura dos Pistoleiros como indivíduos diferenciados.

O mesmo foi visto no Brasil na região nordeste com a figura dos Cangaceiros, bem como antes nas expedições dos Bandeirantes, como na história de Caramuru. Também os Espanhóis ao conquistar os povos das Américas e assim por diante.

O conceito de espada então acaba sendo estendido a outras armas semelhantes, como adagas, athames, facas, punhais, podendo ser associado também lanças e conforme o contexto flechas, baionetas, navalhas etc.

Mas nesse ponto vemos a Espada enquanto instrumento Mágico dentro de um contexto relativo ao elemento terra, tendo em seus significados básicos a Força de Vontade, o esforço, a determinação, a força, o poder de ameaça, defender a vida e matar, tornando seu portador um Guerreiro a nível físico, material, objetivo, literal. Atendendo a esses requisitos sua Espada será de fato uma Arma Mágica, podendo ser utilizada com eficiência nos mais diversos Planos de Existência incluindo o Físico. De modo que até aqui não abordamos sua relação com os demais elementos.