segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Magia


Conforme mencionei no texto Bruxaria, a Magia consistiria nos atos praticados por Magos, geralmente Iniciados ou Místicos que alcançaram um determinado grau de Maestria na manifestação da Força de Vontade moldando a realidade a seu redor.

De acordo com o tipo de modificação que se pode produzir em nossa realidade teremos diferentes tipos de Magia, sendo que uma das mais antigas e simples formas de classificar é o Sistema de Cores, embora por ignorância muitos o desconsiderem por acreditarem se tratar de uma forma discriminatória de classificação.

Na verdade apenas se torna necessário que haja algum modo de classificação para que não se esteja tratando de um tema pensando estar tratando de outro, sendo que cada tipo se caracteriza muitas vezes até mesmo por princípios e objetivos absolutamente contrários e de modo algum se poderia definir como se tratando de uma única e mesma coisa, mesmo que a todos se possa classificar com termo Magia por terem em comum o fato de serem meios de expressar a Força de Vontade do Mago.

A classificação por cores é um sistema de avaliação que se sobrepõe a uma outra forma bem mais difundida e aceita, exceto por determinados setores que é a classificação de Alta Magia e Baixa Magia. Deste modo teremos como modalidades de Alta Magia a Magia Branca e a Magia Negra. Enquanto como Baixa Magia teríamos a Magia Cinzenta e a Magia Amarela.

Existe ainda aquilo que seria chamado de Magia Vermelha, mas esta não tem como ser classificada no contexto de Alta e Baixa Magia, assim como ocorre com a Magia Teúrgica que igualmente não se classifica desta forma e nem mesmo lhe é atribuída uma cor específica.

É importante que se diga que embora seja comum se referir a Magos como sendo eles Magos Brancos ou Magos Negros, esse sistema de classificação não é voltado a uma forma de avaliação do Mago em si e sim da modalidade de Magia praticada, de modo que um Mago Negro nada mais seria que alguém que se dedique exclusiva ou predominantemente à prática da Magia Negra, assim como a Magia Branca seria a escolha prioritária de prática daquele que seria chamado de Mago Branco.

O tema apenas se torna polêmico em razão das preferências pessoais e a maneira como cada grupo se auto-intitula. De modo que é comum que praticantes de Magia Branca não se classifiquem desta forma e prefiram a definição Alta Magia ou simplesmente Magia, enquanto os praticantes de Magia Negra costumam gostar de serem classificados desta forma, justamente por ser uma maneira de distingui-los dos demais praticantes de Magia.

Ainda mais controvérsias ocorrem quando o tema é Baixa Magia, sendo que seus praticantes muitas vezes repudiam tal denominação preferindo definir suas práticas simplesmente como Magia. Embora esta muitas vezes também possa ser classificada com o termo Magia Natural e este costuma ser mais aceito do que Baixa Magia.

 
A questão é que em geral os praticantes de Magia Cinzenta e Amarela não costumam adotar tais classificações, sendo bastante comum que a prática de Magia Cinzenta seja confundida com a de Magia Branca, se definindo em geral simplesmente como Magia, ou Magia Natural, também conhecida como Magia do Campo. Enquanto os praticantes de Magia Amarela costumam se confundir com os de Magia Negra, muitas vezes equivocadamente se classificando desta maneira mesmo que suas práticas não sejam de Alta Magia mas sim de Magia Natural.
 
Os conceitos de Magia Natural facilmente são confundidos com os conceitos de Bruxaria e de Feitiçaria. Tal ocorre em razão da possibilidade de sobreposição de termos, pois são modos de classificar distintos. Tanto um Feiticeiro quanto um Bruxo podem se tornar Magos enquanto o inverso não ocorre.
 
Algumas das práticas e técnicas das Magias Amarela e Cinzenta são de conhecimento público que tornam possível que sejam exercidas como uma forma de Feitiçaria bem como poderão ser praticadas por quem comumente se classifique como Bruxos.
 
Muitos desses conhecimentos eram de domínio dos antigos Celtas e demais povos a Europa pré-Cristã de modo que isto fez com que tais práticas acabassem sendo muitas vezes classificadas como Bruxaria e essa forma de classificar acabou sendo estendida para os Cultos de Origem Africana quando estes foram ser classificados pelos Europeus.
 
O termo Mago, assim como Wizard em Inglês é uma referência à uma "pessoa sábia". A origem do termo é Persa, vem do termo Magi, ou Magus que é uma referência à grandeza, sabedoria e habilidade, bem como também havia uma referência ao termo "imagem".
 
Alguém que toque muito bem um instrumento musical poderia ser chamado de um Mago. No entanto este termo passou a se aplicar à indivíduos que fossem orientadores, líderes, estudiosos, conhecedores e detentores de alguma sabedoria.
 
O uso da palavra passou a ser usado como um título, uma forma de reconhecimento, atribuído à grandes conhecedores das Ciências Ocultas e Materiais assim como de Artes e outros conhecimentos que em geral eram obtidos em Grandes Escolas, nas quais nos tempos antigos, não havia uma separação entre o estudo das Ciências, como também Política e Religião faziam parte de um único conjunto de conhecimentos. Sendo assim, aqueles que se destacavam nestes estudos costumavam ser Ocultistas, Iniciados nos Mistérios da Natureza Oculta e Espiritual.
 
Magia por sua vez, passou a ser um termo utilizado com sentidos diferentes dependendo de quem o utilizava. Quando dito por Magos este termo era uma referência à um aspecto do desenvolvimento prático e científico dentro do Ocultismo. Já quando dito por outros costumava ser uma referência à "grandes feitos", ou seja, algo "dígno de um Mago".
 
Este uso popular do termo "Magia" passou a criar a sobreposição de informações, sendo que coisas feitas por Feiticeiros passaram a ser chamadas de Atos Mágicos, por serem Grandes Feitos dignos de um Mago.
 
Isso fez com que surgissem ambiguidades, dependendo do sentido que se queria dar, pois quando com admiração se dizia que fulano era um Grande Feiticeiro, passou a ser diferente de quando se dizia com corações cheios de medo pelo o que não se conhecia que fulano era um Grande Bruxo. Surgindo assim também o entendimento de Magia como algo obscuro e sombrio para o qual não se tem explicação.
 

Assim também ao se ligar o termo Magia à mistério, desconhecido, feitio, incluiu-se aí o termo truque, surgindo assim o feitio de coisas que buscassem reproduzir os efeitos misteriosos daquilo que os feiticeiros faziam, assim surgindo a partir dos Saltimbancos Europeus os chamados Mágicos, que são os Prestidigitadores, aqueles que criam efeitos mágicos, inexplicáveis, misteriosos, surpreendentes, aparentemente grandiosos, manipulando as imagens, as aparências, passando isso a ser levado aos Circos.

Assim muitos Feiticeiros passaram a buscar criar efeitos prodigiosos, dando mais valor às aparências do que à sua utilidade e passando a se auto-intitularem Magos.

Sempre existiram diferentes níveis de conhecimento e habilidade prática de lidar com a Natureza Oculta, sendo que passou-se a diferenciar tais níveis atribuindo o termo Bruxo ou Feiticeiro à aqueles que se dedicam a lidar com a chamada Magia do Campo, que trata com princípios da Natureza manifestada. Deixando-se assim o termo Mago reservado à aqueles que atuam com o que passou a ser chamado de Alta Magia, conhecimentos da Natureza Imanifesta, dos Princípios Mentais e Espirituais.

O conceito de Magia dentro das Ciências Ocultas é extraordinariamente abrangente e inclui desde todas essas formas de manifestação como igualmente um processo de transformação e desenvolvimento interior que geralmente é estudado pelos Alquimistas mais eruditos de abordagem filosófica, consistindo num Caminho de Desenvolvimento Espiritual Análogo aos Caminhos Iniciático e Místico, formando assim uma terceira via de desenvolvimento conhecida como Caminho Mágico, ou em alguns casos como Via Crucis.

Mas se trata de um Caminho próprio para aqueles que já possuam desenvolvida a Força de Vontade e tenha conquistado alguma porção de Sabedoria, de modo que só é dado trilhar esse Caminho para aqueles que anteriormente obtiveram algum sucesso ou no Caminho Iniciático, ou no Caminho Místico.

A Alquimia em si não consiste exatamente em uma tipo de Magia, não sendo preciso ser Mago para praticá-la e estudá-la, sendo que neste caso ela poderia ser considerada como um nível superior de Feitiçaria, pois igualmente não é preciso nascer com talentos especiais para desenvolver-se nesse meio.

A questão é que o Mago uma vez se dedicando ao estudo da Alquimia este encontrará ali uma fonte extraordinária de aprendizado e desenvolvimento, podendo levar sua Manifestação a um nível ao qual alguns chamam de Psicúrgos, ou "Curadores da Alma", realizadores de "trabalhos psíquicos", sendo que com isso se observa que mesmo para a Condição de Mago ainda existem níveis de desenvolvimento, sendo que este não teria como ser alcançado apenas com a prática de Feitiçaria, ou mesmo de Baixa Magia.

Nisto consistiria o Caminho Mágico, sendo um caminho de desenvolvimento trilhado por aqueles que já se fizeram Magos, como uma continuidade dos Caminhos Iniciático e Místico. Embora nem todos vislumbrem essa possibilidade ou mesmo tenham interesse em seguir neste rumo, sendo mais comum este interesse entre aqueles que vivenciam o chamado Caminho do Meio e os buscadores do Caminho da Mão Esquerda. Enquanto os da Mão Direita nutrem ideais mais voltados a alcançar a condição de Santidade. Assim também é com relação ao Caminho Místico, de modo que os que trilham o Caminho Iniciático se vêem mais propensos a buscar o Caminho Mágico como uma continuidade em suas jornadas.

sábado, 4 de janeiro de 2014

O Caminho do Meio


Após terem sido definidas as concepções de Direita e Esquerda foi possível observar que naturalmente sofremos a ação de ambos os impulsos de modo que acabamos optando em satisfazer um em detrimento do outro nos estabelecendo assim em cada um dos Caminhos.

Com isto se pôde observar que haviam aqueles que ainda não haviam se definido entre atender a um ou outro impulso e que sentiram necessidade de satisfazer a ambos, para tanto viriam a estar migrando entre a Direita e a Esquerda estabelecendo em suas vidas etapas durante as quais se dedicava a cada caminho e por vezes acabavam por mudar de instituições mesmo que dentro do mesmo direcionamento.

Enquanto outros buscavam se aprofundar no desenvolvimento dentro de um dos dois Caminhos de modo a saciar o impulso que o levou a ele desenvolvendo assim um impulso muito mais intenso de satisfazer a necessidade oposta e com isto acabariam por buscar elementos do outro Caminho.

Como já foi dito, os dois Caminhos representam estados nos quais os buscadores se encontram durante suas trajetórias de desenvolvimento espiritual, não sendo eles fins, mas sim bases, ou mesmo meios, através dos quais ou a partir dos quais se promoveria o desenvolvimento.

Essas alternâncias entre os dois Caminhos são naturais e fazem parte do desenvolvimento, assim como ocorre também a tendência a que ocorra a alternância entre o Caminho Iniciático e o Caminho Místico. Sendo que acaba ocorrendo que para tanto se faça necessário que o indivíduo alcance um determinado nível de maturidade em sua jornada.

Esta maturidade é alcançada pela vivência tanto dentro do Caminho da Mão Direita, quanto do Caminho da Mão Esquerda, bem como em experiências no Caminho Místico ou no Caminho Iniciático. De modo que ao alcançar determinado nível de desenvolvimento os impulsos instintivos que nos levaram aos Dois Caminhos se tornarão menos intensos e se faz possível perceber impulsos mais sutis aos quais poderemos a partir de então atendê-los ou não.

Foi então que surgiu o conceito de Caminho do Meio, ou ainda, Terceira Via. Que foi apresentada por determinadas figuras inspiradoras como sendo um direcionamento ideal, no qual se abriria mão de buscar satisfazer nossos impulsos por Prazer e Poder, buscando uma forma de desenvolvimento mais "puro".

Esse idealismo é movido também por um impulso básico do Ser Humano, ao qual muitos já definiram como sendo "O Chamado", um impulso natural para o Desenvolvimento Espiritual em si, uma força que nos levaria a superar a etapa representada pelos Dois Caminhos, a partir do que se estaria em condições de não mais pautarmos nossas vidas pela busca pelo Prazer ou pelo Poder, manifestando assim aquilo que seria considerado como "A Verdadeira Vontade".
 

No entanto também aqui a condição humana se mostra um pouco diferente do quadro apresentado por nossos ideais. Pois se por um lado é preciso um determinado nível de maturidade para impor sua Força de Vontade controlando os próprios "apetites" por Poder e Prazer, também se faria necessária a mesma Força de Vontade para buscar satisfazer a ambos. Deste modo o Caminho do Meio possuiria basicamente duas direções, podendo ser chamadas de "Para Cima", libertando-se dos Desejos, e "Para Baixo", buscando por uma hipotética satisfação de ambos os Desejos.

Geralmente o que encontramos tanto no Caminho Iniciático quanto no Caminho Místico é apenas e tão somente a orientação de uma vez estando nesse dilema do Caminho do Meio seguir "para Cima", ou seja, na direção natural do Desenvolvimento Espiritual do ser humano na atual fase que nossa humanidade vive, que consistiria em uma trajetória partindo do mais denso para o mais sutil, do material para o espiritual.

O grande desafio e proposta do Caminho do Meio é que o indivíduo venha a se centrar em si mesmo, embora não se isolando dos demais como na Mão Esquerda, tendo em si uma figura central da existência que então passa a ser vista como tudo que rodeia ao indivíduo. Igualmente o Caminho do Meio trabalha com o conceito de união e soma de esforços, mas não abrindo mão da individualidade como na Mão Direita.

Embora a princípio, até mesmo para os que o seguem, o Caminho do Meio pode parecer um estágio seguinte à dualidade dos Dois Caminhos, como uma soma, ou uma indefinição entre ambos, ainda assim ele também representa um meio, talvez não um ponto de partida, mas definitivamente também não corresponde a um fim.

O impulso básico se caracteriza pela influência da Sephira Tiphereth, sendo um impulso que leva o ser humano a busca por "Ordem e Beleza". Sendo esse um impulso mais sutil ao qual só buscaremos satisfazer se estivermos "satisfeitos" com relação à nossa sede por Poderes e Prazeres, pendendo assim a uma busca por conceitos de "Perfeição".

Nesta Terceira Via assim como nos Dois Caminhos, o indivíduo se encontrará igualmente sujeito a manifestar características como Vaidade e Orgulho. Estas são qualidades que levam os Caminhos à condição de "meios" e servem como fronteiras para que se alcance aos "fins". Enquanto na Direita se busca anular essas características substituindo por versões mais ligadas à "coletividade", assim como na Esquerda se busca enaltecer tais qualidades como uma forma de auto-afirmação, buscando com isso defender a integridade do ego. Aqui no Caminho do Meio talvez seja a condição na qual mais claramente se tenha de encontrar meios de lidar com tais características de modo a sermos capazes de superar essas fronteiras.

Por outro lado, a partir do momento em que o indivíduo possua a Força de Vontade necessária para não mais se deixar levar por esses "apetites" por prazeres e poderes, ele passa também a "assumir o controle" sobre eles e isto poderá ser feito de diversas maneiras. Sendo que pode-se optar pela "abstinência" e não buscar mais por poderes e prazeres, bem como pode-se optar por tentar satisfazê-los e para isso caberia um equilibrio, um ritmo harmônico pelo qual se alternaria entre ambos.


A questão é que existe um impulso mais intenso que seria aquele que levaria o indivíduo que está no Meio em seguir para "Baixo", ou seja, o fascínio e a atração que a realidade material exerce sobre o ser humano, que para aqueles que ainda não buscaram pela Direita ou pela Esquerda este impulso se caracterizaria em promover a "Inércia", enquanto para aqueles que já passaram por essas experiências essa força pode levar a seduzi-los com a possibilidade hipotética de satisfação plena de sua sede por Poder e Prazer. Sendo este impulso simbolizado pela Sephira Yesod.

Sendo este um impulso algo que nos leva às nossas raízes animais, somos então colocados frente a frente aos nossos instintos e emoções. Não que este desafio não exista na Direita e na Esquerda, a questão é que ele não se apresentará de modo algum como um fim a ser alcançado.

Por mais que a Esquerda aprecie as Forças da Natureza que nos conduziram à Matéria, ainda assim a própria condição do Indivíduo em trilhar o Caminho da Mão Esquerda já o coloca como alguém que assumiu algum controle sobre seus próprios instintos. Assim como na Direita o indivíduo ao trilhar tal caminho estará justamente buscando sublimar sua natureza se abstendo do que haja de mais denso.

Enquanto no caso do Caminho do Meio, como geralmente é trilhado por indivíduo que já tiveram vivencias anteriores na Direita e Esquerda, estes passam a viver desafios distintos daqueles que atormentavam os Dois Caminhos. Embora possa com isso dar uma impressão de superioridade por parte do Caminho do Meio, este na verdade se mostra tão limitado quanto os outros dois, pois é disso que tratam os Caminhos, das limitações que nos definem como Humanos. Assim volto a afirmar que nem os Dois Caminhos nem mesmo o Caminho do Meio, a despeito do que se poderia compreender pelo termo "caminho" não representam por si mesmos qualquer forma de avanço ou desenvolvimento, apenas demonstram em que meios e que desafios estamos enfrentando enquanto seguimos ou o Caminho Iniciático ou o Caminho Místico em busca do aperfeiçoamento em si.

O Caminho do Meio se caracteriza como um direcionamento que estaria para os Dois Caminhos como uma somatória, de modo que se vale tanto do Caminho Iniciático quanto do Caminho Místico bem como também de um Terceiro Aspecto que alguns chamariam de "Caminho Mágico". Assim toda forma de Magia seria bem aceita e trabalhada no Caminho do Meio, não só a Branca como a Negra, como também outras formas de manifestação tal como vemos as práticas da Alquimia e da Magia Teúrgica.

Assim teríamos em termos de sequência de fatos que o indivíduo ainda preso às limitações de sua realidade material, está sob a ação da Inércia e sofre mais intensamente o apelo dos apetites animais e enquanto não desenvolve sua Força de Vontade estará sujeito aos caprichos do destino.

A partir do momento em que o indivíduo busca dentro de si a essência de sua condição humana, na tentativa de se auto-conhecer, começa a buscar por algo além da realidade material, este se verá atraído e impelido ou para a Esquerda se a atração pelo Poder for mais forte, ou para a Direita se o atração pelo Prazer estiver prevalecendo.

Estando o buscador vivendo os conflitos das eternas guerras entre Direita e Esquerda, sentindo de forma mais intensa as forças contrárias que se digladiam, ele terá tendência a buscar com maior fervor por um extremo ou outro, poderá vir a se sentir atraído pelo lado oposto, até um ponto em que alcance um certo equilíbrio entre esses impulsos e com isso sinta o "Chamado" para se colocar acima desses impulsos, ou sinta a força da Matéria a lhe puxar para baixo com a promessa de assumir o controle sobre essas forças.

 
O Caminho do Meio apresenta os desafios e dilemas próprios daqueles que quer tenham vindo da Direita ou da Esquerda, do Caminho Iniciático ou do Místico, acabaram se enveredando pelos Caminhos da Magia ou da Alquimia, ou tenham sentido o impulso para buscar elevar a si mesmos a condições acima dos dilemas humanos. Como disse, os desafios da Vaidade e do Orgulho são ainda mais presentes ou perceptíveis nesta Via.

Essa dualidade do Caminho do Meio, esses impulsos para "baixo" e para "cima", são bem observados quando se analisa as relações entre as diferentes práticas Mágicas em que se vê classificações como sendo a primeira concernente à Magia Negra e última à Magia Branca. Embora este seja um tema para outro texto.

Não se encontra instituições Exotéricas voltadas para o Caminho do Meio, de modo que não há instituições populares ou religiosas, o que se pode dizer é sobre os princípios filosóficos por de trás dessas grandes instituições que em grupos Esotéricos, (restritos, fechados), apresentem propostas ideológicas mais voltadas a esta Via. Dentre elas em especial se vê a filosofia Budista se apresentar como tal, embora na prática seja mais comum vermos suas instituições trabalhando principalmente com a Direita.

Das Ordens Esotéricas, quer sejam Iniciáticas ou Místicas, as propostas concernentes ao Caminho do Meio são em muitos casos colocadas como uma continuidade das propostas da Direita ou da Esquerda que venham a seguir. Assim também não há como se definir organismos ligados ou representantes do Caminho do Meio, a não ser no caso de Ordens isoladas que comumente não vêm a ser conhecidas pelo grande público.

Deste modo encontraremos basicamente, assim como muitas vezes ocorre na Esquerda, indivíduos, que mesmo fazendo parte de Organizações da Direita ou da Esquerda vivam o Caminho do Meio mesmo que não venham a se classificar desta forma.

De modo geral esta classificação de Direita, Esquerda e Centro é aplicada por poucas escolas ou instituições, de modo que muitos indivíduos e instituições nem mesmo aceitam serem classificados desta forma. No entanto todo o modo de classificação tem como finalidade apenas e tão somente uma compreensão mais clara sobre o tema em questão.