segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Ocultismo - Por onde começo?



Talvez você esteja se perguntando: Por onde começo? A resposta padrão seria: Pelo começo. Mas no Ocultismo não existe começo. Ao menos não como conhecemos. Nosso começo não está em um lugar. Esta história não começa com alguém. Nem mesmo houve um momento no qual tenha começado. O começo é impossível.

Tentemos imaginar a Existência, ela em si não é passível de ser imaginada sem que se tenha um ente existente para o qual a Existência seja uma qualidade que o defina. A Existência é o Começo, ela surgiu em algum momento incerto e não sabido, talvez esse momento tenha sido nunca. Mas continuemos pensando. Temos a Existência e o Ente Existente como duas coisas impossíveis de serem separadas, pois sem um Ente Existente não é possível se dizer que haja a Existência e sem a Existência não se pode dizer que o Ente de fato de Exista. Mas isto ainda está vago, isso não tem como ser tudo.

Só é possível definir a Existência perante a Não Existência e do mesmo modo não há como se falar da Não Existência sem nos referirmos a um Ente Não Existente. Algo tem que Existir, Algo tem que Não Existir e só assim teremos como definir as grandezas de Existência e Não Existência, ou do contrário não teríamos qualquer parâmetro para definir o que quer que fosse.

Aí nos ocorre a pergunta: Porque existe algo ao invés de nada? Porque a Existência Existe? Porque o Existente Existe? Não seria mais natural a Não Existência? Seria esse o começo? A Não Existência? Para tanto seria preciso que tenha havido um Ente Não Existente? Algo teria de Não Existir para servir de base para algo que tivesse vindo a Existir em um determinado momento?

Para que Algo pudesse Não Existir este teria de ter Existido antes? Então a Não Existência não poderia ser o começo. Bem como nos questionamos como poderia a Não Existência gerar a Existência?

A Existência só existe quando comparada com a Não Existência e isto tendo Algo Existindo para que esta o defina e para tanto também se faz necessário que haja um Ente Não Existente. Uma não é possível sem a outra. O Começo, o que quer que seja que deu Origem a estas duas Grandezas, seria uma terceira coisa.

Uma coisa Impossível. Uma coisa que ao mesmo tempo teria em si a Existência e a Não Existência. E este terceiro aspecto seria uma condição que semelhante às outras duas só teria como ser definida tendo-se Algo que se encontrasse nessa condição.


Estranhamente isto não nos é estranho. Como é que nós somos capazes de conceber o conceito de Existência e Não Existência? Se a Não Existência não se encontra no Universo Existente, como assimilamos a ideia de Não Existir? Como é possível para nós entendermos a Existência como algo oposto à Não Existência? Se eu estou dentro d’água e não conheço o ar, como posso saber que há algo que não seja água? Não tenho nem como dizer que a água exista, vou chamar a água de Nada ou nem lhe darei nome. Para entender que exista água eu teria de já ter estado fora dela.




Isso é muito difícil de ser explicado. Como podemos saber sobre a Não Existência? Em algum momento já tivemos a experiência de Não Existir? Isso seria possível se considerarmos que sejamos Algo, um Ente Existente que já foi um Ente Não Existente. Mas se Não Existimos como poderíamos ter consciência disso? Ao Existir nos damos conta de que antes de determinado momento não Existíamos, como isso é possível? Se tudo que Existe é a Existência? Pois se o Ente Existente não Existe tecnicamente a Existência também não. Então ou Existíamos e apenas não tínhamos consciência disso, ou não existíamos e guardamos de alguma forma esta informação, o que é essencialmente impossível.

Não é possível à Existência Não Existir. Bem como não é possível à Não Existência Existir. Seriam então Universos Paralelos? O Universo da Existência e o Universo da Não Existência, como sendo duas Existências Contrárias. Nesse caso não haveria comunicação entre esses Universos, como nos seria possível termos consciência de ambos?

Só estando numa Terceira Realidade numa condição que não fosse nenhuma das duas e que nos fosse possível estar ora numa ora noutra. Essa Terceira condição seria o Começo, a Origem, a Fonte, a Raiz, a condição original antes de a Existência vir a Existir.

Imaginemos um começo, um início, temos uma condição na qual o que há não é nem Existência e nem Não Existência, mas algo que seria a junção de ambas numa mesma realidade. Ao mesmo tempo teríamos necessariamente que Algo se encontrasse nessa condição, Existindo e Não Existindo ao mesmo tempo. Esta é uma condição insustentável, não há como manter ambas as realidades coexistindo, o que quer que fosse era uma terceira coisa que não seria nenhuma das duas.

Obrigatoriamente a Existência teria de vir a Existir e a Não Existência deveria deixar de Existir, por assim dizer. Nesse caso essa condição insustentável, o que quer que seja não pode nem mesmo ter Existido, por não fazer parte da Existência e nem mesmo pode não ter Existido, pois não faz parte da Não Existência.

E o Ente desta Terceira Condição, teria condições de “ver” a Existência e a Não Existência. Assim como nós. O que é que definimos como sendo Eu, a nossa Auto-Consciência é a capacidade de constatar a nossa condição como um Ente Existente, só que somos Conscientes também da possibilidade da Não Existência, então teríamos duas possibilidades para nós enquanto Consciências.

Isso tudo parece muito confuso. E de fato o é. Mas pensemos, sigamos essa linha de raciocínio, ela serve perfeitamente para nos levar ao tipo de entendimento necessário para se compreender o Ocultismo, para se entender tudo que se encontra para além da Realidade Material Física.

Entendendo o Começo, o Princípio, o Início, como uma condição Primordial, absolutamente desvinculada de tempo e espaço. Temos então A Consciência e o Ente Consciente, a Existência e o Ente Existente, e a Não Existência e o Ente Não Existente.

Estas são as Seis Entidades Primordiais. Derivadas das Três Grandezas, Três Condições Primordiais. Em cada Cultura e Época se deu diferentes nomes e explicações para este Conhecimento. Brahma, Vishnu e Shiva; Deus Pai, Deus Filho e Divino Espírito Santo; Osíris, Hórus e Ísis. Assim como as Seis Entidades já foram chamadas nas Tradições Hebraicas como Elohim, tendo-se inclusive nos textos originais do Gênesis uma referência a eles na passagem: “E os Seis fizeram os Céus e a Terra”.



Assim temos também a relação entre Macro Cosmos e Micro Cosmos. Consciência, Existência e Não Existência compondo as realidades que dão sustentação aos seres. E o Ente Consciente, Ente Existente e Ente Não Existente, que dão justificativa às próprias Condições Primordiais.

Aqui encontramos aquilo que algumas escolas chamam de Ternário Superior. Se considerarmos que o Ente Consciente é aquele que contempla a Existência e a Não Existência, sendo esta uma condição que não costumamos vivenciar no cotidiano, não se aplicando as questões simples, de modo que temos uma forma de Consciência mais objetiva que é representada pelo próprio Ente Existente, já que somos Conscientes de Nossa própria Existência, tendo-se aí algo como Superconsciente, Consciente e Inconsciente. Em outros termos, Eu Superior, Eu Inferior e Não Eu, ou ainda O Outro.

Então vemos aqui o Começo, tudo teria começado com a Consciência, esta primeiramente só teria vindo a surgir ao se ter o Ente Consciente, por sua vez O Ente Consciente ao tomar contato com a Existência teria a si mesmo numa condição de Não Existência, enquanto que ao tomar contato com a Não Existência é que se tornaria Existente. Nesse sentido teríamos ao Ente Consciente como aquele que contempla a um espelho.

As Três Realidades teriam seu começo em um mesmo exato momento de Tempo, só seria possível o surgimento simultâneo dessas realidades já que são interdependentes. Deste modo também não teria como se definir um momento no Tempo no qual este evento poderia ter se dado a menos que se tivesse como definir em termos de espaço.

O que nos traz por sua vez outro desafio. Se tudo que veio a surgir foi unicamente um único e mesmo Ente em três realidades possíveis e impossíveis, não teríamos então como distinguir o Ser daquilo que o rodeia, não sendo possível definir localização no Espaço, ou seja, este ser seria todo o Espaço e também todo o Tempo. Então quando se deu esse processo, a resposta seria: Nunca, em momento nenhum. E onde se deu e para a questão de onde isto se deu, a resposta seria: Em toda a parte.

Temos então três Universos vazios e sem forma, sem formas no espaço e sem formas no tempo, um espaço e um tempo impossíveis de serem medidos. Não se tem como definir se é um evento que se deu numa fração infinitesimal de segundo, ou num período absurdamente longo de milhões de incontáveis Eras. Não tem como se definir se essa condição primordial abrangia a vastidão cósmica de incontáveis Universos ou se corresponderia a um ponto diminuto perdido em meio ao vácuo Quântico.

Isto porque todas as nossas referências são posteriores a este evento e este por sua vez não tem como ser situado em momento algum do passado, pois se trata de algo absolutamente impossível, alheio ao nosso Universo Físico.



Então se nesse ponto temos três Universos e ao mesmo tempo também sabemos que nenhum deles é este nosso que julgamos conhecer bem. Três Universos sem formas, para os quais temos corpos sem forma. Assim essas Realidades e Corpos receberam diferentes nomes e aqui podemos defini-los como Planos de Existência, em que se tem o Plano Espiritual, ou Plano Primordial, onde se possui o Corpo chamado de Espírito, correspondendo ao Universo da Consciência e ao Ente Consciente. Convencionou-se classificar como o próximo passo lógico a Não Existência, pois para se abandonar a condição Primordial, por esta ser impossível e insustentável, o mais natural seria que se criasse a Não Existência, pois é mais fácil para algo impossível vir a Não Existir do que vir a Existir. Apenas a questão é que ao se criar a Não Existência a Existência passa a ser uma realidade inevitável, como o reflexo que surge no espelho assim que se acende uma luz.

Assim a origem da Existência é a Não Existência, e temos no Universo da Não Existência uma Realidade Transcendente na qual encontramos nossa Essência. Sendo muitas vezes uma realidade à qual já se referiram como Plano Búdico, ou Plano da Iluminação, Nirvana, Devakan, uma realidade alcançada em estados de meditação profunda chamado de Samadhi, tendo-se para este Plano Transcendente o corpo chamado de Alma, que por fazer parte de uma realidade de Não Existência teria de ser criado, sendo este um dos grandes paradoxos desse Universo.

Enquanto o Universo da Existência seria basicamente a origem de tudo que veio a surgir a partir de então. Tudo aquilo que é passível de existir. Alheio a tempo e espaço. Um lugar em que o infinitamente grande se encontra com o infinitamente pequeno. Em que passado e futuro fazem parte de uma mesma realidade. Onde encontramos tudo existiu, existe, existirá, não existiu, não existe e não existirá. Como um reflexo de um reflexo que se estende se multiplicando infinitamente criando-se padrões fractais de formas primordiais.

A este Universo se convencionou chamar de Universo Mental, pois nele a Consciência toma contato com a Existência. Aqui encontramos uma primeira raiz para a estrutura de tempo e espaço que conhecemos. Pois passamos a conceber uma sequência lógica, na qual no Universo Primordial o Espírito é dotado apenas e tão somente de sua capacidade de Ser, seguindo para o Universo Transcendente se adquire a capacidade da Alma de Perceber, até que no Universo da Mente este Ente Consciente adquire a capacidade da Expressão, tomando seu lugar em meio à diversidade de formas e reflexos elegendo a algum deles como sendo seu próprio Corpo Mental, embora ainda numa condição Abstrata, subjetiva, fazendo parte de tudo, estando em toda a parte e em todo o tempo, ao mesmo tempo em que a tudo observa de fora, mesmo não havendo um dentro.

Chegamos rápido demais até aqui? Não há muitas maneiras de se tratar o assunto. Esqueça referências. Não pense em quem disse isso. Não estamos tratando das leituras e sim da análise das coisas em si. Não estamos falando das formas, não estamos falando de nosso Universo Físico, Material. Estamos falando de outra coisa. Estamos falando de algo impossível, que nunca aconteceu e que constitui nossa Origem Consciencial.

Essa é uma história de antes do tempo e de fora do espaço. Não se trata da Origem de nosso Universo Físico e sim da Origem dos diversos Universos do qual este nosso é apenas mais um. Estamos tratando dos Universos que deram origem ao que nós somos. Embora paradoxalmente, ao se analisar isto comparativamente a nossa Realidade Física, jamais tenha ocorrido, ou ainda estaria no Futuro.



Ainda nos falta ver tudo que existe entre este nosso Universo estes dos quais tratamos até aqui. De modo que disso tudo se trata o Ocultismo e se queríamos um começo aqui está, saber como as coisas começam nos permite entender o que são e como funcionam, pois a Natureza segue basicamente algumas mesmas regras para quaisquer realidades com as quais venhamos a tomar contato. Se nós entendemos essas questões fica mais fácil entender tudo o mais que se nos apareça e nos permite julgar melhor o que é real e o que não é. Embora a realidade seja bastante relativa quando se trata de outros Universos.

Muitos questionamentos surgem ao se expor essas questões, em geral quem busca pelo Ocultismo o faz a procura de respostas para algumas perguntas mais objetivas, relativas a questões bem mais terrenas e quando não referentes à experiência de vida pela qual se está passando. Então é algo natural que se considere tal conjunto de informações absolutamente irrelevante, pois não possui teoricamente nenhuma aplicação prática.

O que é preciso entender é que o Ocultismo é como um mapa, um mapa tão completo e com tantos detalhes que ele acaba tendo o mesmo tamanho que o próprio terreno mapeado. O que estou fazendo aqui é definindo a extensão do mapa, esse é o começo, é apenas um conjunto mínimo de informações iniciais, apenas para que se consiga entender do que se trata o Ocultismo.

Então é algo que se tem como aprender em duas semanas? Dois meses? Dois anos? Vinte? Não... É algo tão grande quanto a própria vida e podemos estudar a vida inteira e com a mais absoluta certeza não bastará para aprender tudo. Simplesmente porque o Ocultismo é aquilo que se convencionou chamar de Ciências Ocultas e estas são mais abrangentes que as Ciências Convencionais, pois isto seria como querer aprender tudo sobre tudo, pois Ciência é o conjunto de tudo que a Humanidade aprendeu ao longo de todos os tempos sobre tudo.

Então como é que se começa a aprender algo assim? Onde é o começo? Por onde se começa? Aqui eu coloquei uma sugestão de começo, respondendo onde tudo começou. Respondendo as mais clássicas perguntas: De onde viemos. Quem somos. Para onde vamos. Somos o Ente Consciente que nunca existiu e se encontra em toda a parte. Para onde vamos não respondi, mas podemos dizer que termina onde tudo começou, pois nessas realidades abstratas o começo e o fim são uma coisa só.

Então por onde começar? Por onde você está, comece por você, por entender quem é você, o que é você. E a partir daí segue-se o mesmo caminho que nos trouxe desde o Começo até o momento em que estamos. Os passos são: Ser, Perceber e Expressar. Seja você, perceba a si mesmo, se expresse, seja o que te rodeia, perceba o que te rodeia, expresse o que te rodeia. Seja a Consciência, Seja a Existência, Seja a Não Existência, Perceba e Expresse cada um deles.

Como? Isso é o Ocultismo, o conjunto de tudo que se sabe sobre como fazer isso. Como ser quem somos, como ser quem temos de ser, como ser quem queremos ser, tudo isso aprendendo e entendendo como foi chegamos do começo até aqui para entender em que parte do trajeto estamos e definir quais são os passos seguintes.



Quando queremos algo prático estamos querendo o passo a passo de para onde ir a partir de onde estamos. Quando rejeitamos a teoria é porque não queremos saber como foi que chegamos até aqui. 

Se soubermos um pouco que seja da teoria entenderemos porque não faz sentido o tipo de prática que estamos querendo. Pois para onde ir é uma decisão nossa, pois foram nossas decisões que nos trouxeram até aqui, não há quem possa te dizer o que você quer fazer, que rumo você quer seguir. 

Tudo que se pode fazer é dizer: Como provavelmente você chegou até onde está; O que está a sua volta; Qual foi a trajetória que eu pessoalmente fiz até aqui e que rumo eu pretendo tomar. Isto tudo será para você nada além de Teoria e se tomar algo como sendo prática estará cometendo um erro, pois não cabe a você seguir o meu caminho, pois este é só meu. Assim devem ser entendidas as obras de Ocultismo e Magia, o autor está te relatando como Ele fez e não que você deva copiá-lo e sim entender como foi esta experiência do autor e adaptar à sua realidade os conceitos para definir o que você irá fazer.

O que se tem de prática é relatos que nos levam a entender como as coisas funcionam e como funcionaram para outros antes de nós, para nos servir de referência do que estaria ao nosso alcance fazer, reproduzir exatamente receitas e fórmulas usadas por outros serve como experiência, como algo que estará sendo acrescentado ao seu método e ao seu caminho. A completude é alcançada quando unimos a Teoria e a Prática, se buscamos apenas uma das duas não chegamos a compreender quem somos, o que estamos vivendo e o que deveríamos fazer a seguir.




quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Quarta Dimensão




Em nosso meio é quase inevitável em algum momento ouvirmos falar nesse tema. Mas também é igualmente inevitável o festival de desinformação que observamos nesse assunto. A grande maioria tem uma abordagem repleta de entendimentos desencontrados e vou tentar nesse texto elucidar um pouco alguns pontos importantes para a compreensão do tema.

Primeiramente vemos em nosso meio alguns setores que se deixam levar pelo fascínio das Ciências Convencionais e as tomam como referência e parâmetro para analisar as questões Supra Físicas. Isto é algo a ser tratado com muita cautela, pois é preciso colocar as Ciências Convencionais em seu devido lugar, ou seja, na explicação dos fenômenos físicos.

Ainda assim existem terminologias compartilhadas e isso por vezes é causa de entendimentos equivocados. Ao se tratar de questões Supra Físicas utilizando terminologias das Ciências Convencionais não se estará automaticamente atribuindo credibilidade, pelo contrário, pois o mau uso do termo leva no mínimo a que não se seja entendido. O termo sozinho não traz em si toda a explicação de contexto que a questão exige.

Há casos em que se busca criar novos significados para a expressão e com isso se cria ainda mais confusão para o entendimento do assunto e lamentavelmente se vê toda uma série de explicações sobre questões que já são complexas por si só, todas elas apoiadas em interpretações distorcidas de expressões simples como é o contexto do termo Dimensão. Então vamos começar desfazendo mal entendidos.

Dimensão não consiste num “lugar”, não é o termo mais adequado para se definir todo um universo. Nas Ciências Ocultas, já desde a mais remota antiguidade lidamos com o conceito de Universos Paralelos, conceito que só recentemente as Ciências Convencionais passaram a estudar. No Ocultismo esses Universos Paralelos não só já são bem estudados como lhes foram atribuídos nomes, sendo chamados de Mundos, ou Planos e erroneamente de Dimensões.

Dentre eles, o que mais se tem literatura a respeito é o chamado Plano Astral, ou Mundo Astral. Na maioria dos casos vemos estudiosos de nosso meio se referindo ao Plano Astral como sendo a Quarta Dimensão. Essa confusão ocorre pelo fato de o Mundo Astral ser Tetradimensional, ou seja, o Espaço no Plano Astral possui Quatro Dimensões.

Geralmente se encontra referências ao nosso Mundo Físico, nossa realidade material como sendo a “Terceira Dimensão”, quando na verdade apenas nessa realidade possuímos um espaço Tridimensional, com Três Dimensões.

Vamos analisar o que se quer dizer com isso. Aqui em nosso mundo Material, Físico, o espaço possui Três Dimensões, essas são Altura, Largura e Profundidade. Ou seja, se temos uma folha de papel, se ignorar a espessura dessa folha, nós iremos medir seu tamanho em apenas duas Dimensões, Largura e Profundidade, sem considerar Altura, que no caso seria a própria espessura da folha.

Isto caso a folha de papel esteja na horizontal, sobre uma mesa por exemplo. Caso ela esteja na vertical, aí poderemos medir também apenas duas Dimensões, Altura e Largura, ignorando a espessura da folha mais uma vez, que seria a Profundidade.



Esse exemplo é para que consigamos assimilar bem o conceito de dimensão. Se tivermos uma linha fina, que se desconsidere seu diâmetro, teremos um objeto de apenas uma dimensão, ou seja, só mediremos seu comprimento.

Então temos aí uma noção do que se quer dizer com Dimensão. Seria de quantas formas é possível se medir o tamanho, ou espaço ocupado por um objeto. Então com uma Linha teríamos apenas uma medida, uma Dimensão, com uma folha já teríamos duas medidas, duas Dimensões. Já com um objeto como um Cubo, por exemplo, teríamos três medidas a serem obtidas para que se consiga mensurar seu tamanho, ou seja, Três Dimensões, podendo-se definir Altura, Largura e Profundidade.

Nesse caso esse objeto não se encontra na “Terceira Dimensão” e sim este objeto é Tridimensional, ele possui três dimensões. Sendo que nosso Universo Físico, a realidade Material, na qual nós vivemos, não se encontra na “Terceira Dimensão” e sim ela é Tridimensional, com Três Dimensões, todo o Espaço neste Universo poderá ser medido em três direções possíveis.

E nossa existência não está restrita a uma única Dimensão, nós possuímos corpos com Três Dimensões vivendo num Espaço de Três Dimensões. Não vivemos exclusivamente em uma, não vivemos na Terceira, nem Segunda e nem Primeira, pois isso simplesmente não seria fisicamente possível. De modo que também não é possível definir qual das Dimensões seria a Terceira, pois isso é relativo.

Então quando em nosso meio é dito algo sobre “O Mundo da Terceira Dimensão”, o sentido é uma referência a um Mundo que possua uma Terceira Dimensão e isso só fará algum sentido se tivermos como ponto de partida um Mundo Bidimensional, que só possua duas Dimensões como uma folha de papel, sendo que esse mundo para nós só seria possível de ser imaginado e ainda assim na condição de um observador externo.

Então tomemos como ponto de partida o Mundo Físico, o Universo Físico, com o qual interagimos e conhecemos bem. Estamos acostumados a que as coisas tenham cada qual o seu tamanho, que haja distâncias a serem percorridas em três dimensões possíveis, ou seja, podemos ir para frente ou para trás, uma dimensão, para os lados, duas dimensões, podendo inclusive seguir nas mais diversas direções a nível horizontal, como também podemos ir para cima ou para baixo, três dimensões, de modo que é possível o deslocamento em qualquer direção dentro desse espaço Tridimensional.

Então todo o nosso Universo, grosso modo, em toda a sua vasta extensão, possui essas mesmas Três Dimensões. Sendo esse o padrão que define a realidade Física como um todo. Tendo-se esse conceito em mente, como ponto de partida, conseguiremos definir o que viria a ser uma Quarta Dimensão. A princípio é desafiador para a nossa mente, acostumada a uma realidade de Três Dimensões, imaginar como seria um Universo com Quatro Dimensões. Assim como encontramos dificuldade em conceber em que direção seria possível se medir uma Quarta Dimensão.

Aqui então faremos um exercício de imaginação. O que costumo dizer sobre a Quarta Dimensão é que esta seria entendida ao se imaginar um espaço interno em desacordo com o externo. Imaginemos uma caixa que dentro dela tivéssemos uma casa inteira. Temos um objeto que externamente possui um tamanho, um volume, em Três Dimensões e dentro outro tamanho, muito maior, algo impossível Fisicamente. Sendo que a passagem de um espaço para o outro se daria através de uma Quarta Dimensão, uma direção impossível.




Essa é uma ideia que os estudiosos das Ciências Convencionais já chegaram a assimilar e a trabalhar nesse sentido, ao que chamaram de Hiperespaço. Esse conceito foi desenvolvido ao considerar determinados Cálculos Astronômicos em estudos de Física Teórica, em que se chegou a constatar a possibilidade da utilização de um Fenômeno chamado de Buraco de Minhoca.

O Conceito consiste em se considerar que as colossais distâncias existentes entre as Estrelas e ainda mais entre as Galáxias, são grandes demais para serem percorridas senão em longuíssimos períodos de tempo, mesmo se viajássemos na mais alta velocidade fisicamente possível que seria a Velocidade da Luz, sendo que tais viagens poderiam levar anos, décadas, séculos ou mesmo milhares de anos. Então se constatou a possibilidade se tomar atalhos, como um tipo de túnel, que viria a suprimir o espaço que existe entre um ponto e outro.

Este Túnel hipotético seria atravessado nos levando diretamente do ponto de origem para o ponto de chegada sem que passássemos pelo espaço existente entre um e outro. Passando assim pelo o que chamaram de Hiperespaço, ou seja, se valendo de uma Quarta Dimensão. Um espaço fora do espaço.

A questão é que para as Ciências Convencionais o Hiperespaço não é considerado como sendo algo relativo à Quarta Dimensão, já que o conceito atualmente mais aceito é de que uma Quarta Dimensão seria o Tempo.

Esse é um ponto no qual as Ciências Ocultas discordam das Convencionais e nesse caso seria de se considerar que o tema é limítrofe, fugindo da observação puramente Física na qual as Ciências Convencionais se especializaram para realidades Supra Físicas, sendo já então o campo de atuação e estudo das Ciências Ocultas.

Nesse caso, os avanços recentes da Física Teórica chegaram à descoberta de conhecimentos antigos das Ciências Ocultas sobre a própria constituição e raízes da Existência em si no que se refere ao Universo Físico. Sendo que teríamos uma visão bem mais clara se considerarmos os outros Universos e não apenas o Físico e com isso veríamos o Tempo como uma grandeza equivalente ao Espaço e não apenas como mais uma dimensão do Espaço.

Ou seja, o Mundo Físico, possui Três Dimensões Espaciais e apenas uma Temporal. Só conseguimos medir o tempo em uma Dimensão, em uma direção. Ou seja, o Tempo para nós é como se fosse uma linha e conseguimos medi-lo para frente e para trás e nada além.

Os Físicos conseguem conceber o conceito de Universos Paralelos, mas se restringem às características do nosso Universo, sendo mais fácil imaginar outro Universo com Três Dimensões Espaciais e uma Temporal exatamente como o nosso Universo Físico. Mas nas Ciências Ocultas sabemos da existência de Universos com características absolutamente distintas, como é o caso do Universo Astral.



O Universo Astral possui naturalmente Quatro Dimensões Espaciais e Duas Dimensões Temporais. Isto sem dúvida é algo de difícil compreensão, já que estamos tão acostumados às nossas referências Físicas. O que se pode ilustrar é através de nossas experiências Oníricas, em nossos Sonhos, sendo que estes se passam em uma realidade justamente com essas características.

Em nossos sonhos somos capazes de sair de um local e rapidamente já estar em outro sem percorrer a distância que naturalmente existiria entre eles. Entrar em um cômodo e este ter um espaço interno muito maior que a construção comportaria vendo de fora. Ocorrem fenômenos estranhos quanto ao deslocamento Espacial como fazer um trajeto e ao voltar por ele este já é outro local diferente daquele espaço percorrido poucos instantes antes. Podemos abrir uma porta e passar para um local e ao voltar pela mesma porta esta leva a um lugar diferente daquele do qual viemos.

Assim também ocorre uma natural estranheza com relação ao tempo, pois este nos parece mais elástico, em especial quando comparado com o Tempo ao acordar, sendo que por vezes temos a nítida impressão de terem se transcorrido horas quando estivemos dormindo por poucos minutos, enquanto em outras ocasiões nos parece que apenas se passaram alguns curtos instantes e ao acordar nos damos conta de que se passaram horas. Assim é o Plano Astral, Mundo Astral, ou ainda Universo Astral, uma realidade de Quatro Dimensões.

Geralmente quando se fala em Mundo da Quarta Dimensão é uma referência ao Universo Astral, sendo que não faz sentido se referir à Quarta Dimensão como sendo um sinônimo de Plano Astral, pois isso é uma distorção dos significados dos termos, dificultando a compreensão.

Atualmente alguns setores em nosso meio fazem afirmações do tipo: “Vamos elevar nossa vibração e passar da Terceira Dimensão para a Quarta Dimensão”. Isso é uma forma equivocada de se definir essas realidades e esses fenômenos. Pois nós não mudamos de um Universo para outro, nossos Corpos não mudam de um Universo para outro, por maiores e mais intensos que sejam os estímulos e as energias envolvidas.

Enquanto nossos corpos Físicos estiverem no Universo Físico eles serão sempre Tridimensionais, não será um estado de consciência diferente que irá mudar essa realidade. Agora o que é preciso considerar nesse caso seria o conceito de Consciência, de modo que poderemos estar mais ou menos conscientes da Realidade Astral, não deixando de ter nossa natural consciência da Realidade Física.

Mas mesmo nesse sentido esse tipo de afirmação não se sustenta, pois enquanto despertos temos nossa Consciência da Realidade Física e enquanto em nossos sonhos temos naturalmente Consciência da Realidade Astral, sendo uma de Três Dimensões e outra de Quatro. Os conceitos de elevação, vibração, superioridade e inferioridade, com relação a isso, simplesmente não se aplicam, pelo simples fato de que não nos cabe um juízo de valores com relação à realidade, pois ela não é boa nem ruim, ela simplesmente é o que é, é como é.


E o Universo Astral não é superior ao Físico por possuir mais Dimensões. Nem nossa Consciência Onírica é superior a nossa Consciência de Vigília. Também não serão fatores energéticos, Físicos ou Astrais, mudanças de padrões vibratórios, que irão definir ou determinar o nosso desenvolvimento espiritual. Pois este se dá através de um desenvolvimento Consciencial e não dos Corpos. Possuímos Corpos Físicos e Astrais, levamos vidas simultâneas nos dois Universos e também em outros mais e não será por alterações nesses corpos que iremos obter alterações diretas em nossas Consciências ou vice versa.

Agora, no que se refere ao Plano Astral, a questão dos padrões vibratórios é algo que nas Ciências Ocultas se estuda, fazendo parte da dinâmica da própria Natureza da Realidade Astral e nesse sentido a maneira que observamos essas alterações é através de nossos pensamentos e emoções. Este tipo de alteração tem efeitos consideráveis na Realidade Astral, podendo nos colocar em contato com situações, lugares e seres diferentes de acordo com o padrão vibratório. Mas também nesse caso, não cabe o julgamento de bom ou ruim, melhor ou pior, mais desenvolvido ou menos desenvolvido e sim apenas uma questão de afinidade e identificação do indivíduo com aquela realidade, que reflete uma forma de pensar e de sentir.

Quanto à Realidade Astral podemos estar mais sutilizados ou com uma vibração que nos confira uma maior densidade, mas isso não define nosso desenvolvimento espiritual, da mesma forma que na Realidade Física estar num local mais alto ou mais baixo não define em nada qualquer de nossas qualidades.