segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Ocultismo - Por onde começo?



Talvez você esteja se perguntando: Por onde começo? A resposta padrão seria: Pelo começo. Mas no Ocultismo não existe começo. Ao menos não como conhecemos. Nosso começo não está em um lugar. Esta história não começa com alguém. Nem mesmo houve um momento no qual tenha começado. O começo é impossível.

Tentemos imaginar a Existência, ela em si não é passível de ser imaginada sem que se tenha um ente existente para o qual a Existência seja uma qualidade que o defina. A Existência é o Começo, ela surgiu em algum momento incerto e não sabido, talvez esse momento tenha sido nunca. Mas continuemos pensando. Temos a Existência e o Ente Existente como duas coisas impossíveis de serem separadas, pois sem um Ente Existente não é possível se dizer que haja a Existência e sem a Existência não se pode dizer que o Ente de fato de Exista. Mas isto ainda está vago, isso não tem como ser tudo.

Só é possível definir a Existência perante a Não Existência e do mesmo modo não há como se falar da Não Existência sem nos referirmos a um Ente Não Existente. Algo tem que Existir, Algo tem que Não Existir e só assim teremos como definir as grandezas de Existência e Não Existência, ou do contrário não teríamos qualquer parâmetro para definir o que quer que fosse.

Aí nos ocorre a pergunta: Porque existe algo ao invés de nada? Porque a Existência Existe? Porque o Existente Existe? Não seria mais natural a Não Existência? Seria esse o começo? A Não Existência? Para tanto seria preciso que tenha havido um Ente Não Existente? Algo teria de Não Existir para servir de base para algo que tivesse vindo a Existir em um determinado momento?

Para que Algo pudesse Não Existir este teria de ter Existido antes? Então a Não Existência não poderia ser o começo. Bem como nos questionamos como poderia a Não Existência gerar a Existência?

A Existência só existe quando comparada com a Não Existência e isto tendo Algo Existindo para que esta o defina e para tanto também se faz necessário que haja um Ente Não Existente. Uma não é possível sem a outra. O Começo, o que quer que seja que deu Origem a estas duas Grandezas, seria uma terceira coisa.

Uma coisa Impossível. Uma coisa que ao mesmo tempo teria em si a Existência e a Não Existência. E este terceiro aspecto seria uma condição que semelhante às outras duas só teria como ser definida tendo-se Algo que se encontrasse nessa condição.


Estranhamente isto não nos é estranho. Como é que nós somos capazes de conceber o conceito de Existência e Não Existência? Se a Não Existência não se encontra no Universo Existente, como assimilamos a ideia de Não Existir? Como é possível para nós entendermos a Existência como algo oposto à Não Existência? Se eu estou dentro d’água e não conheço o ar, como posso saber que há algo que não seja água? Não tenho nem como dizer que a água exista, vou chamar a água de Nada ou nem lhe darei nome. Para entender que exista água eu teria de já ter estado fora dela.




Isso é muito difícil de ser explicado. Como podemos saber sobre a Não Existência? Em algum momento já tivemos a experiência de Não Existir? Isso seria possível se considerarmos que sejamos Algo, um Ente Existente que já foi um Ente Não Existente. Mas se Não Existimos como poderíamos ter consciência disso? Ao Existir nos damos conta de que antes de determinado momento não Existíamos, como isso é possível? Se tudo que Existe é a Existência? Pois se o Ente Existente não Existe tecnicamente a Existência também não. Então ou Existíamos e apenas não tínhamos consciência disso, ou não existíamos e guardamos de alguma forma esta informação, o que é essencialmente impossível.

Não é possível à Existência Não Existir. Bem como não é possível à Não Existência Existir. Seriam então Universos Paralelos? O Universo da Existência e o Universo da Não Existência, como sendo duas Existências Contrárias. Nesse caso não haveria comunicação entre esses Universos, como nos seria possível termos consciência de ambos?

Só estando numa Terceira Realidade numa condição que não fosse nenhuma das duas e que nos fosse possível estar ora numa ora noutra. Essa Terceira condição seria o Começo, a Origem, a Fonte, a Raiz, a condição original antes de a Existência vir a Existir.

Imaginemos um começo, um início, temos uma condição na qual o que há não é nem Existência e nem Não Existência, mas algo que seria a junção de ambas numa mesma realidade. Ao mesmo tempo teríamos necessariamente que Algo se encontrasse nessa condição, Existindo e Não Existindo ao mesmo tempo. Esta é uma condição insustentável, não há como manter ambas as realidades coexistindo, o que quer que fosse era uma terceira coisa que não seria nenhuma das duas.

Obrigatoriamente a Existência teria de vir a Existir e a Não Existência deveria deixar de Existir, por assim dizer. Nesse caso essa condição insustentável, o que quer que seja não pode nem mesmo ter Existido, por não fazer parte da Existência e nem mesmo pode não ter Existido, pois não faz parte da Não Existência.

E o Ente desta Terceira Condição, teria condições de “ver” a Existência e a Não Existência. Assim como nós. O que é que definimos como sendo Eu, a nossa Auto-Consciência é a capacidade de constatar a nossa condição como um Ente Existente, só que somos Conscientes também da possibilidade da Não Existência, então teríamos duas possibilidades para nós enquanto Consciências.

Isso tudo parece muito confuso. E de fato o é. Mas pensemos, sigamos essa linha de raciocínio, ela serve perfeitamente para nos levar ao tipo de entendimento necessário para se compreender o Ocultismo, para se entender tudo que se encontra para além da Realidade Material Física.

Entendendo o Começo, o Princípio, o Início, como uma condição Primordial, absolutamente desvinculada de tempo e espaço. Temos então A Consciência e o Ente Consciente, a Existência e o Ente Existente, e a Não Existência e o Ente Não Existente.

Estas são as Seis Entidades Primordiais. Derivadas das Três Grandezas, Três Condições Primordiais. Em cada Cultura e Época se deu diferentes nomes e explicações para este Conhecimento. Brahma, Vishnu e Shiva; Deus Pai, Deus Filho e Divino Espírito Santo; Osíris, Hórus e Ísis. Assim como as Seis Entidades já foram chamadas nas Tradições Hebraicas como Elohim, tendo-se inclusive nos textos originais do Gênesis uma referência a eles na passagem: “E os Seis fizeram os Céus e a Terra”.



Assim temos também a relação entre Macro Cosmos e Micro Cosmos. Consciência, Existência e Não Existência compondo as realidades que dão sustentação aos seres. E o Ente Consciente, Ente Existente e Ente Não Existente, que dão justificativa às próprias Condições Primordiais.

Aqui encontramos aquilo que algumas escolas chamam de Ternário Superior. Se considerarmos que o Ente Consciente é aquele que contempla a Existência e a Não Existência, sendo esta uma condição que não costumamos vivenciar no cotidiano, não se aplicando as questões simples, de modo que temos uma forma de Consciência mais objetiva que é representada pelo próprio Ente Existente, já que somos Conscientes de Nossa própria Existência, tendo-se aí algo como Superconsciente, Consciente e Inconsciente. Em outros termos, Eu Superior, Eu Inferior e Não Eu, ou ainda O Outro.

Então vemos aqui o Começo, tudo teria começado com a Consciência, esta primeiramente só teria vindo a surgir ao se ter o Ente Consciente, por sua vez O Ente Consciente ao tomar contato com a Existência teria a si mesmo numa condição de Não Existência, enquanto que ao tomar contato com a Não Existência é que se tornaria Existente. Nesse sentido teríamos ao Ente Consciente como aquele que contempla a um espelho.

As Três Realidades teriam seu começo em um mesmo exato momento de Tempo, só seria possível o surgimento simultâneo dessas realidades já que são interdependentes. Deste modo também não teria como se definir um momento no Tempo no qual este evento poderia ter se dado a menos que se tivesse como definir em termos de espaço.

O que nos traz por sua vez outro desafio. Se tudo que veio a surgir foi unicamente um único e mesmo Ente em três realidades possíveis e impossíveis, não teríamos então como distinguir o Ser daquilo que o rodeia, não sendo possível definir localização no Espaço, ou seja, este ser seria todo o Espaço e também todo o Tempo. Então quando se deu esse processo, a resposta seria: Nunca, em momento nenhum. E onde se deu e para a questão de onde isto se deu, a resposta seria: Em toda a parte.

Temos então três Universos vazios e sem forma, sem formas no espaço e sem formas no tempo, um espaço e um tempo impossíveis de serem medidos. Não se tem como definir se é um evento que se deu numa fração infinitesimal de segundo, ou num período absurdamente longo de milhões de incontáveis Eras. Não tem como se definir se essa condição primordial abrangia a vastidão cósmica de incontáveis Universos ou se corresponderia a um ponto diminuto perdido em meio ao vácuo Quântico.

Isto porque todas as nossas referências são posteriores a este evento e este por sua vez não tem como ser situado em momento algum do passado, pois se trata de algo absolutamente impossível, alheio ao nosso Universo Físico.



Então se nesse ponto temos três Universos e ao mesmo tempo também sabemos que nenhum deles é este nosso que julgamos conhecer bem. Três Universos sem formas, para os quais temos corpos sem forma. Assim essas Realidades e Corpos receberam diferentes nomes e aqui podemos defini-los como Planos de Existência, em que se tem o Plano Espiritual, ou Plano Primordial, onde se possui o Corpo chamado de Espírito, correspondendo ao Universo da Consciência e ao Ente Consciente. Convencionou-se classificar como o próximo passo lógico a Não Existência, pois para se abandonar a condição Primordial, por esta ser impossível e insustentável, o mais natural seria que se criasse a Não Existência, pois é mais fácil para algo impossível vir a Não Existir do que vir a Existir. Apenas a questão é que ao se criar a Não Existência a Existência passa a ser uma realidade inevitável, como o reflexo que surge no espelho assim que se acende uma luz.

Assim a origem da Existência é a Não Existência, e temos no Universo da Não Existência uma Realidade Transcendente na qual encontramos nossa Essência. Sendo muitas vezes uma realidade à qual já se referiram como Plano Búdico, ou Plano da Iluminação, Nirvana, Devakan, uma realidade alcançada em estados de meditação profunda chamado de Samadhi, tendo-se para este Plano Transcendente o corpo chamado de Alma, que por fazer parte de uma realidade de Não Existência teria de ser criado, sendo este um dos grandes paradoxos desse Universo.

Enquanto o Universo da Existência seria basicamente a origem de tudo que veio a surgir a partir de então. Tudo aquilo que é passível de existir. Alheio a tempo e espaço. Um lugar em que o infinitamente grande se encontra com o infinitamente pequeno. Em que passado e futuro fazem parte de uma mesma realidade. Onde encontramos tudo existiu, existe, existirá, não existiu, não existe e não existirá. Como um reflexo de um reflexo que se estende se multiplicando infinitamente criando-se padrões fractais de formas primordiais.

A este Universo se convencionou chamar de Universo Mental, pois nele a Consciência toma contato com a Existência. Aqui encontramos uma primeira raiz para a estrutura de tempo e espaço que conhecemos. Pois passamos a conceber uma sequência lógica, na qual no Universo Primordial o Espírito é dotado apenas e tão somente de sua capacidade de Ser, seguindo para o Universo Transcendente se adquire a capacidade da Alma de Perceber, até que no Universo da Mente este Ente Consciente adquire a capacidade da Expressão, tomando seu lugar em meio à diversidade de formas e reflexos elegendo a algum deles como sendo seu próprio Corpo Mental, embora ainda numa condição Abstrata, subjetiva, fazendo parte de tudo, estando em toda a parte e em todo o tempo, ao mesmo tempo em que a tudo observa de fora, mesmo não havendo um dentro.

Chegamos rápido demais até aqui? Não há muitas maneiras de se tratar o assunto. Esqueça referências. Não pense em quem disse isso. Não estamos tratando das leituras e sim da análise das coisas em si. Não estamos falando das formas, não estamos falando de nosso Universo Físico, Material. Estamos falando de outra coisa. Estamos falando de algo impossível, que nunca aconteceu e que constitui nossa Origem Consciencial.

Essa é uma história de antes do tempo e de fora do espaço. Não se trata da Origem de nosso Universo Físico e sim da Origem dos diversos Universos do qual este nosso é apenas mais um. Estamos tratando dos Universos que deram origem ao que nós somos. Embora paradoxalmente, ao se analisar isto comparativamente a nossa Realidade Física, jamais tenha ocorrido, ou ainda estaria no Futuro.



Ainda nos falta ver tudo que existe entre este nosso Universo estes dos quais tratamos até aqui. De modo que disso tudo se trata o Ocultismo e se queríamos um começo aqui está, saber como as coisas começam nos permite entender o que são e como funcionam, pois a Natureza segue basicamente algumas mesmas regras para quaisquer realidades com as quais venhamos a tomar contato. Se nós entendemos essas questões fica mais fácil entender tudo o mais que se nos apareça e nos permite julgar melhor o que é real e o que não é. Embora a realidade seja bastante relativa quando se trata de outros Universos.

Muitos questionamentos surgem ao se expor essas questões, em geral quem busca pelo Ocultismo o faz a procura de respostas para algumas perguntas mais objetivas, relativas a questões bem mais terrenas e quando não referentes à experiência de vida pela qual se está passando. Então é algo natural que se considere tal conjunto de informações absolutamente irrelevante, pois não possui teoricamente nenhuma aplicação prática.

O que é preciso entender é que o Ocultismo é como um mapa, um mapa tão completo e com tantos detalhes que ele acaba tendo o mesmo tamanho que o próprio terreno mapeado. O que estou fazendo aqui é definindo a extensão do mapa, esse é o começo, é apenas um conjunto mínimo de informações iniciais, apenas para que se consiga entender do que se trata o Ocultismo.

Então é algo que se tem como aprender em duas semanas? Dois meses? Dois anos? Vinte? Não... É algo tão grande quanto a própria vida e podemos estudar a vida inteira e com a mais absoluta certeza não bastará para aprender tudo. Simplesmente porque o Ocultismo é aquilo que se convencionou chamar de Ciências Ocultas e estas são mais abrangentes que as Ciências Convencionais, pois isto seria como querer aprender tudo sobre tudo, pois Ciência é o conjunto de tudo que a Humanidade aprendeu ao longo de todos os tempos sobre tudo.

Então como é que se começa a aprender algo assim? Onde é o começo? Por onde se começa? Aqui eu coloquei uma sugestão de começo, respondendo onde tudo começou. Respondendo as mais clássicas perguntas: De onde viemos. Quem somos. Para onde vamos. Somos o Ente Consciente que nunca existiu e se encontra em toda a parte. Para onde vamos não respondi, mas podemos dizer que termina onde tudo começou, pois nessas realidades abstratas o começo e o fim são uma coisa só.

Então por onde começar? Por onde você está, comece por você, por entender quem é você, o que é você. E a partir daí segue-se o mesmo caminho que nos trouxe desde o Começo até o momento em que estamos. Os passos são: Ser, Perceber e Expressar. Seja você, perceba a si mesmo, se expresse, seja o que te rodeia, perceba o que te rodeia, expresse o que te rodeia. Seja a Consciência, Seja a Existência, Seja a Não Existência, Perceba e Expresse cada um deles.

Como? Isso é o Ocultismo, o conjunto de tudo que se sabe sobre como fazer isso. Como ser quem somos, como ser quem temos de ser, como ser quem queremos ser, tudo isso aprendendo e entendendo como foi chegamos do começo até aqui para entender em que parte do trajeto estamos e definir quais são os passos seguintes.



Quando queremos algo prático estamos querendo o passo a passo de para onde ir a partir de onde estamos. Quando rejeitamos a teoria é porque não queremos saber como foi que chegamos até aqui. 

Se soubermos um pouco que seja da teoria entenderemos porque não faz sentido o tipo de prática que estamos querendo. Pois para onde ir é uma decisão nossa, pois foram nossas decisões que nos trouxeram até aqui, não há quem possa te dizer o que você quer fazer, que rumo você quer seguir. 

Tudo que se pode fazer é dizer: Como provavelmente você chegou até onde está; O que está a sua volta; Qual foi a trajetória que eu pessoalmente fiz até aqui e que rumo eu pretendo tomar. Isto tudo será para você nada além de Teoria e se tomar algo como sendo prática estará cometendo um erro, pois não cabe a você seguir o meu caminho, pois este é só meu. Assim devem ser entendidas as obras de Ocultismo e Magia, o autor está te relatando como Ele fez e não que você deva copiá-lo e sim entender como foi esta experiência do autor e adaptar à sua realidade os conceitos para definir o que você irá fazer.

O que se tem de prática é relatos que nos levam a entender como as coisas funcionam e como funcionaram para outros antes de nós, para nos servir de referência do que estaria ao nosso alcance fazer, reproduzir exatamente receitas e fórmulas usadas por outros serve como experiência, como algo que estará sendo acrescentado ao seu método e ao seu caminho. A completude é alcançada quando unimos a Teoria e a Prática, se buscamos apenas uma das duas não chegamos a compreender quem somos, o que estamos vivendo e o que deveríamos fazer a seguir.




quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Quarta Dimensão




Em nosso meio é quase inevitável em algum momento ouvirmos falar nesse tema. Mas também é igualmente inevitável o festival de desinformação que observamos nesse assunto. A grande maioria tem uma abordagem repleta de entendimentos desencontrados e vou tentar nesse texto elucidar um pouco alguns pontos importantes para a compreensão do tema.

Primeiramente vemos em nosso meio alguns setores que se deixam levar pelo fascínio das Ciências Convencionais e as tomam como referência e parâmetro para analisar as questões Supra Físicas. Isto é algo a ser tratado com muita cautela, pois é preciso colocar as Ciências Convencionais em seu devido lugar, ou seja, na explicação dos fenômenos físicos.

Ainda assim existem terminologias compartilhadas e isso por vezes é causa de entendimentos equivocados. Ao se tratar de questões Supra Físicas utilizando terminologias das Ciências Convencionais não se estará automaticamente atribuindo credibilidade, pelo contrário, pois o mau uso do termo leva no mínimo a que não se seja entendido. O termo sozinho não traz em si toda a explicação de contexto que a questão exige.

Há casos em que se busca criar novos significados para a expressão e com isso se cria ainda mais confusão para o entendimento do assunto e lamentavelmente se vê toda uma série de explicações sobre questões que já são complexas por si só, todas elas apoiadas em interpretações distorcidas de expressões simples como é o contexto do termo Dimensão. Então vamos começar desfazendo mal entendidos.

Dimensão não consiste num “lugar”, não é o termo mais adequado para se definir todo um universo. Nas Ciências Ocultas, já desde a mais remota antiguidade lidamos com o conceito de Universos Paralelos, conceito que só recentemente as Ciências Convencionais passaram a estudar. No Ocultismo esses Universos Paralelos não só já são bem estudados como lhes foram atribuídos nomes, sendo chamados de Mundos, ou Planos e erroneamente de Dimensões.

Dentre eles, o que mais se tem literatura a respeito é o chamado Plano Astral, ou Mundo Astral. Na maioria dos casos vemos estudiosos de nosso meio se referindo ao Plano Astral como sendo a Quarta Dimensão. Essa confusão ocorre pelo fato de o Mundo Astral ser Tetradimensional, ou seja, o Espaço no Plano Astral possui Quatro Dimensões.

Geralmente se encontra referências ao nosso Mundo Físico, nossa realidade material como sendo a “Terceira Dimensão”, quando na verdade apenas nessa realidade possuímos um espaço Tridimensional, com Três Dimensões.

Vamos analisar o que se quer dizer com isso. Aqui em nosso mundo Material, Físico, o espaço possui Três Dimensões, essas são Altura, Largura e Profundidade. Ou seja, se temos uma folha de papel, se ignorar a espessura dessa folha, nós iremos medir seu tamanho em apenas duas Dimensões, Largura e Profundidade, sem considerar Altura, que no caso seria a própria espessura da folha.

Isto caso a folha de papel esteja na horizontal, sobre uma mesa por exemplo. Caso ela esteja na vertical, aí poderemos medir também apenas duas Dimensões, Altura e Largura, ignorando a espessura da folha mais uma vez, que seria a Profundidade.



Esse exemplo é para que consigamos assimilar bem o conceito de dimensão. Se tivermos uma linha fina, que se desconsidere seu diâmetro, teremos um objeto de apenas uma dimensão, ou seja, só mediremos seu comprimento.

Então temos aí uma noção do que se quer dizer com Dimensão. Seria de quantas formas é possível se medir o tamanho, ou espaço ocupado por um objeto. Então com uma Linha teríamos apenas uma medida, uma Dimensão, com uma folha já teríamos duas medidas, duas Dimensões. Já com um objeto como um Cubo, por exemplo, teríamos três medidas a serem obtidas para que se consiga mensurar seu tamanho, ou seja, Três Dimensões, podendo-se definir Altura, Largura e Profundidade.

Nesse caso esse objeto não se encontra na “Terceira Dimensão” e sim este objeto é Tridimensional, ele possui três dimensões. Sendo que nosso Universo Físico, a realidade Material, na qual nós vivemos, não se encontra na “Terceira Dimensão” e sim ela é Tridimensional, com Três Dimensões, todo o Espaço neste Universo poderá ser medido em três direções possíveis.

E nossa existência não está restrita a uma única Dimensão, nós possuímos corpos com Três Dimensões vivendo num Espaço de Três Dimensões. Não vivemos exclusivamente em uma, não vivemos na Terceira, nem Segunda e nem Primeira, pois isso simplesmente não seria fisicamente possível. De modo que também não é possível definir qual das Dimensões seria a Terceira, pois isso é relativo.

Então quando em nosso meio é dito algo sobre “O Mundo da Terceira Dimensão”, o sentido é uma referência a um Mundo que possua uma Terceira Dimensão e isso só fará algum sentido se tivermos como ponto de partida um Mundo Bidimensional, que só possua duas Dimensões como uma folha de papel, sendo que esse mundo para nós só seria possível de ser imaginado e ainda assim na condição de um observador externo.

Então tomemos como ponto de partida o Mundo Físico, o Universo Físico, com o qual interagimos e conhecemos bem. Estamos acostumados a que as coisas tenham cada qual o seu tamanho, que haja distâncias a serem percorridas em três dimensões possíveis, ou seja, podemos ir para frente ou para trás, uma dimensão, para os lados, duas dimensões, podendo inclusive seguir nas mais diversas direções a nível horizontal, como também podemos ir para cima ou para baixo, três dimensões, de modo que é possível o deslocamento em qualquer direção dentro desse espaço Tridimensional.

Então todo o nosso Universo, grosso modo, em toda a sua vasta extensão, possui essas mesmas Três Dimensões. Sendo esse o padrão que define a realidade Física como um todo. Tendo-se esse conceito em mente, como ponto de partida, conseguiremos definir o que viria a ser uma Quarta Dimensão. A princípio é desafiador para a nossa mente, acostumada a uma realidade de Três Dimensões, imaginar como seria um Universo com Quatro Dimensões. Assim como encontramos dificuldade em conceber em que direção seria possível se medir uma Quarta Dimensão.

Aqui então faremos um exercício de imaginação. O que costumo dizer sobre a Quarta Dimensão é que esta seria entendida ao se imaginar um espaço interno em desacordo com o externo. Imaginemos uma caixa que dentro dela tivéssemos uma casa inteira. Temos um objeto que externamente possui um tamanho, um volume, em Três Dimensões e dentro outro tamanho, muito maior, algo impossível Fisicamente. Sendo que a passagem de um espaço para o outro se daria através de uma Quarta Dimensão, uma direção impossível.




Essa é uma ideia que os estudiosos das Ciências Convencionais já chegaram a assimilar e a trabalhar nesse sentido, ao que chamaram de Hiperespaço. Esse conceito foi desenvolvido ao considerar determinados Cálculos Astronômicos em estudos de Física Teórica, em que se chegou a constatar a possibilidade da utilização de um Fenômeno chamado de Buraco de Minhoca.

O Conceito consiste em se considerar que as colossais distâncias existentes entre as Estrelas e ainda mais entre as Galáxias, são grandes demais para serem percorridas senão em longuíssimos períodos de tempo, mesmo se viajássemos na mais alta velocidade fisicamente possível que seria a Velocidade da Luz, sendo que tais viagens poderiam levar anos, décadas, séculos ou mesmo milhares de anos. Então se constatou a possibilidade se tomar atalhos, como um tipo de túnel, que viria a suprimir o espaço que existe entre um ponto e outro.

Este Túnel hipotético seria atravessado nos levando diretamente do ponto de origem para o ponto de chegada sem que passássemos pelo espaço existente entre um e outro. Passando assim pelo o que chamaram de Hiperespaço, ou seja, se valendo de uma Quarta Dimensão. Um espaço fora do espaço.

A questão é que para as Ciências Convencionais o Hiperespaço não é considerado como sendo algo relativo à Quarta Dimensão, já que o conceito atualmente mais aceito é de que uma Quarta Dimensão seria o Tempo.

Esse é um ponto no qual as Ciências Ocultas discordam das Convencionais e nesse caso seria de se considerar que o tema é limítrofe, fugindo da observação puramente Física na qual as Ciências Convencionais se especializaram para realidades Supra Físicas, sendo já então o campo de atuação e estudo das Ciências Ocultas.

Nesse caso, os avanços recentes da Física Teórica chegaram à descoberta de conhecimentos antigos das Ciências Ocultas sobre a própria constituição e raízes da Existência em si no que se refere ao Universo Físico. Sendo que teríamos uma visão bem mais clara se considerarmos os outros Universos e não apenas o Físico e com isso veríamos o Tempo como uma grandeza equivalente ao Espaço e não apenas como mais uma dimensão do Espaço.

Ou seja, o Mundo Físico, possui Três Dimensões Espaciais e apenas uma Temporal. Só conseguimos medir o tempo em uma Dimensão, em uma direção. Ou seja, o Tempo para nós é como se fosse uma linha e conseguimos medi-lo para frente e para trás e nada além.

Os Físicos conseguem conceber o conceito de Universos Paralelos, mas se restringem às características do nosso Universo, sendo mais fácil imaginar outro Universo com Três Dimensões Espaciais e uma Temporal exatamente como o nosso Universo Físico. Mas nas Ciências Ocultas sabemos da existência de Universos com características absolutamente distintas, como é o caso do Universo Astral.



O Universo Astral possui naturalmente Quatro Dimensões Espaciais e Duas Dimensões Temporais. Isto sem dúvida é algo de difícil compreensão, já que estamos tão acostumados às nossas referências Físicas. O que se pode ilustrar é através de nossas experiências Oníricas, em nossos Sonhos, sendo que estes se passam em uma realidade justamente com essas características.

Em nossos sonhos somos capazes de sair de um local e rapidamente já estar em outro sem percorrer a distância que naturalmente existiria entre eles. Entrar em um cômodo e este ter um espaço interno muito maior que a construção comportaria vendo de fora. Ocorrem fenômenos estranhos quanto ao deslocamento Espacial como fazer um trajeto e ao voltar por ele este já é outro local diferente daquele espaço percorrido poucos instantes antes. Podemos abrir uma porta e passar para um local e ao voltar pela mesma porta esta leva a um lugar diferente daquele do qual viemos.

Assim também ocorre uma natural estranheza com relação ao tempo, pois este nos parece mais elástico, em especial quando comparado com o Tempo ao acordar, sendo que por vezes temos a nítida impressão de terem se transcorrido horas quando estivemos dormindo por poucos minutos, enquanto em outras ocasiões nos parece que apenas se passaram alguns curtos instantes e ao acordar nos damos conta de que se passaram horas. Assim é o Plano Astral, Mundo Astral, ou ainda Universo Astral, uma realidade de Quatro Dimensões.

Geralmente quando se fala em Mundo da Quarta Dimensão é uma referência ao Universo Astral, sendo que não faz sentido se referir à Quarta Dimensão como sendo um sinônimo de Plano Astral, pois isso é uma distorção dos significados dos termos, dificultando a compreensão.

Atualmente alguns setores em nosso meio fazem afirmações do tipo: “Vamos elevar nossa vibração e passar da Terceira Dimensão para a Quarta Dimensão”. Isso é uma forma equivocada de se definir essas realidades e esses fenômenos. Pois nós não mudamos de um Universo para outro, nossos Corpos não mudam de um Universo para outro, por maiores e mais intensos que sejam os estímulos e as energias envolvidas.

Enquanto nossos corpos Físicos estiverem no Universo Físico eles serão sempre Tridimensionais, não será um estado de consciência diferente que irá mudar essa realidade. Agora o que é preciso considerar nesse caso seria o conceito de Consciência, de modo que poderemos estar mais ou menos conscientes da Realidade Astral, não deixando de ter nossa natural consciência da Realidade Física.

Mas mesmo nesse sentido esse tipo de afirmação não se sustenta, pois enquanto despertos temos nossa Consciência da Realidade Física e enquanto em nossos sonhos temos naturalmente Consciência da Realidade Astral, sendo uma de Três Dimensões e outra de Quatro. Os conceitos de elevação, vibração, superioridade e inferioridade, com relação a isso, simplesmente não se aplicam, pelo simples fato de que não nos cabe um juízo de valores com relação à realidade, pois ela não é boa nem ruim, ela simplesmente é o que é, é como é.


E o Universo Astral não é superior ao Físico por possuir mais Dimensões. Nem nossa Consciência Onírica é superior a nossa Consciência de Vigília. Também não serão fatores energéticos, Físicos ou Astrais, mudanças de padrões vibratórios, que irão definir ou determinar o nosso desenvolvimento espiritual. Pois este se dá através de um desenvolvimento Consciencial e não dos Corpos. Possuímos Corpos Físicos e Astrais, levamos vidas simultâneas nos dois Universos e também em outros mais e não será por alterações nesses corpos que iremos obter alterações diretas em nossas Consciências ou vice versa.

Agora, no que se refere ao Plano Astral, a questão dos padrões vibratórios é algo que nas Ciências Ocultas se estuda, fazendo parte da dinâmica da própria Natureza da Realidade Astral e nesse sentido a maneira que observamos essas alterações é através de nossos pensamentos e emoções. Este tipo de alteração tem efeitos consideráveis na Realidade Astral, podendo nos colocar em contato com situações, lugares e seres diferentes de acordo com o padrão vibratório. Mas também nesse caso, não cabe o julgamento de bom ou ruim, melhor ou pior, mais desenvolvido ou menos desenvolvido e sim apenas uma questão de afinidade e identificação do indivíduo com aquela realidade, que reflete uma forma de pensar e de sentir.

Quanto à Realidade Astral podemos estar mais sutilizados ou com uma vibração que nos confira uma maior densidade, mas isso não define nosso desenvolvimento espiritual, da mesma forma que na Realidade Física estar num local mais alto ou mais baixo não define em nada qualquer de nossas qualidades.




quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Warren




Ceticismo. É algo sempre presente para todo estudante sério das Ciências Ocultas. Não bastando todo o Ceticismo necessário aos nossos estudos e práticas, todo o questionamento ao qual nos submetemos em busca de obtermos o mais alto grau de credibilidade em tudo que nós realizamos, constantemente nós somos postos a prova e contestados pelos questionamentos daqueles que desconhecem nossos métodos e a própria natureza das forças e mistérios com os quais lidamos.



Nem sempre encontramos quem do nosso meio se torne celebre para o grande público e quando isso ocorre os ataques e questionamentos lhes chegam dos mais diversos setores da sociedade, desde os céticos de linhas de pensamento mais focadas nas Ciências Convencionais, até mesmo de Religiosos que se apegam a seus códigos e doutrinas não dando margem a uma visão mais ampla da realidade que os cerca.



Mas um caso curioso foi o do Casal Warren, Edward e Lorraine Warren que ficaram conhecidos como investigadores paranormais. Eles se tornaram muito populares por sua exposição à mídia e foram incorporados à cultura popular por meio de publicações de suas histórias e experiências dando origem a filmes e documentários. Sem dúvida seu papel na divulgação do fenômeno Paranormal e dos mistérios do Oculto foi de grande valia para nosso meio, nos trazendo desde novos interessados no estudo dos Mistérios Espirituais, até contribuírem com casos mais bem documentados de fenômenos psíquicos nos servindo de material de estudo relevante, nos levando inclusive a questionamentos e nos instigando à pesquisa.



A abordagem desses temas em geral leva a debates acalorados e dicotomias muito rígidas que não elucidam nem explicam os fenômenos e acontecimentos. Limitando assim o entendimento e levando a visões mais extremistas que buscam desacreditar ou contra argumentar e em ambos os casos apoiados em bases emotivas que levam a vereditos inconclusivos.



Procuro aqui não enveredar por essa linha de debate, mas sim analisar os dois lados, dos que vivenciam a experiência Paranormal e os que questionam sua veracidade. Buscando nos conhecimentos Ocultos explicações para esse choque do encontro entre as realidades, objetiva material e subjetiva dos mundos supra física.



Existe uma tendência natural daqueles que vivenciam experiências psíquicas em aumentá-las, em especial quanto a suas manifestações físicas, com o simples propósito de tentar de alguma forma compartilhar sua vivência de modo que seja entendida em toda a sua amplitude por outros. Esses excessos são geralmente aquilo que torna suas histórias tão interessantes para aqueles que as ouvem e são assim cada vez aumentadas mais a cada vez que os relatos são retransmitidos.



Isto se torna uma arma na mão daqueles que buscam desacreditar as ocorrências, que irão deixar de analisar o ocorrido para atacar os excessos como se tudo não passasse de manipulação, acusando aqueles que a protagonizam de má fé. Considerando a tudo como fraude, como se isto por si só explicasse a tudo que acontece.




Esse tipo de abordagem dos Céticos leva a que indivíduos que vivenciam situações atípicas, de fenômenos sobrenaturais e paranormais acabem por não relata-los por temerem serem desacreditados. Esta situação é frequentemente mostrada em livros e filmes que tratam do tema. E é este tipo de situação que procuro aqui evitar.





Primeiramente vejamos o ponto de vista daqueles que passam por uma experiência inexplicável. Sendo o indivíduo alguém de fora de nosso meio, que desconhece a Natureza dos Planos Sutis, acaba por se sentir aflito e apenas preocupado em encontrar alguma forma de solução para seu problema. Ao buscar por auxílio, natural e acertadamente se irá procurar por explicações mais simples, objetivas e materiais para o ocorrido, se valendo de seu próprio ceticismo. Procurando assim por explicações materiais e objetivas.



No Campo das Ciências Convencionais teremos então os Psicólogos, Psiquiatras e até chegar à área de atuação dos Parapsicólogos que muitas vezes não chegam a de fato encontrar uma solução ou explicação para o ocorrido. Observando que aqui neste caso não estou me referindo aos casos nos quais se encontre uma explicação simples, material e objetiva. Mas sim àqueles casos dos quais tratam esses relatos que se tornam muito conhecidos por serem vistos justamente como Mistérios Inexplicáveis.



As Manifestações Físicas de Fenômenos Psíquicos são casos extremos e de grande impacto psicológico para quem as vivencia. É natural que o indivíduo venha a buscar por ajuda e esta nem sempre é obtida, pois quando se faz um relato de tais acontecimentos as primeiras medidas tomadas por aqueles a quem se solicita serão voltadas a atender interesses próprios, deixando de lado as necessidades de quem lhes pediu ajuda.



Há casos nos quais o “profissional” a quem se recorre estará mais interessado em buscar provas que corroborem seus próprios conceitos pré-concebidos, quer seja a ideia de que todo fenômeno obrigatoriamente terá uma explicação física, material e então se trataria de um engano da parte da pessoa ou uma mera fraude, quer seja o conceito contrário, de procurar comprovações físicas, materiais que “comprovassem” a ocorrência dos fenômenos psíquicos.



Ambos os casos, de Céticos e Entusiastas caem nesse senso comum de que a Realidade Material seria o elemento principal a ser considerado. Imaginemos a situação de quem vivencia Fenômenos Físicos mais extremos como Telecinese, Pirocinese, Pirogênese, ou mesmo aparições, ruídos, ou ainda coisas mais sutis como a sensação de presenças estranhas.



Alguém que vivencie tais ocorrências estará buscando antes de qualquer coisa uma explicação e uma solução. E ao buscar ajuda a alguém em quem deposita sua confiança, este lhe traz logo de imediato, questionamentos sobre a honestidade do indivíduo, tentando em primeiro lugar comprovar se este não estaria forjando o acontecido como uma forma de autopromoção.



Sim, existem charlatões em nosso meio, mas geralmente se apresentam como conhecedores dos processos Ocultos bem como se apresentam como autores de Fenômenos Paranormais. Seria de se levar em consideração as motivações que alguém sem um histórico de fraudes ou manipulações dessa natureza, sem qualquer envolvimento com esse tipo de atividade, teria para promover tal tipo de “espetáculo”. Autopromoção em que? O que estaria sendo promovido, que imagem estaria sendo vendida? Quem benefícios obteria de tal exposição?







Já havendo honestidade da parte da “vítima”, ao menos até que se comprovasse o contrário, não haveria problemas em se descartar possibilidades. Ou seja, não sendo algo que se comprove totalmente como não tendo sido realizado por manipulação ou causas físicas explicadas, descartando-se problemas psicológicos que viessem a colocar em dúvida a palavra do indivíduo e seus relatos, então se haveria de ter a honestidade intelectual de admitir que tal acontecimento simplesmente não possa ser explicado pelos seus conhecimentos dentro de sua área, quer seja, psicológica, psiquiátrica ou mesmo parapsicológica.



É uma premissa das Ciências Convencionais a dúvida, ou seja, descartando o que se conhece admitisse a ignorância sobre o assunto. Aí chegamos ao Campo de atuação das Ciências Ocultas. Mas o problema é que geralmente existe uma tendência a tentar desacreditar o próprio Ocultismo e cada evento desta natureza é visto como uma oportunidade de se fazer este ataque.



Nesse cenário tão complicado a “vítima” de tais Fenômenos inexplicáveis fica sem opções a quem recorrer. Geralmente acaba recorrendo a Religiosos, mas como cada Religião tem seu campo específico de atuação também estes muitas vezes não têm aquilo que o indivíduo precisa e busca naquele momento, que seria explicação e solução para a situação vivida.



Vendo-se os relatos de casos tratados pelo Casal Warren, casos esses que se tornaram muito conhecidos, como os ocorridos em Amityville nos EUA e em Enfield na Inglaterra, sobre os quais foram inclusive feitos filmes, vemos situações nas quais as “vítimas” recorreram inicialmente à Igreja Católica, cujo campo de atuação permite oferecer soluções em alguns casos de possessão demoníaca, mas nem sempre em casos de manifestações Mediúnicas.



Em outras situações vemos quem recorra a Médiuns Espíritas, sendo que em muitos casos seu campo de atuação não lhes permite oferecer soluções mais efetivas em situações de possessão demoníaca. Quando não, acaba-se recorrendo a Parapsicólogos, que no caso estarão mais interessados em fazer testes em busca de explicações Físicas para os Fenômenos, sendo uma Ciência “jovem” por assim dizer, que ainda se dedica muito mais a pesquisas para obter suas próprias respostas, nem sempre tendo respostas ou explicações a oferecer à “vítima”.



O foco no fator Material é um equívoco no qual incorrem mesmo estudiosos de nosso meio. Por vezes um fenômeno físico produzido “voluntariamente” pela pessoa, por meios físicos comprováveis, com a alegação de ignorância de ter praticado tal ato por parte da “vítima”, não implica obrigatoriamente numa mentira, numa fraude, ainda que se constate não haverem fatores psicológicos que justificassem a inconsciência do ato. Podendo, na maioria dos casos, tratar-se claramente de um Fenômeno Mediúnico pelo qual o indivíduo é induzido a realizar tal ato, de forma inconsciente.



A multidisciplinaridade do Casal Warren permitiu a eles uma visão mais ampla das ocorrências lhes permitindo dar apoio e alívio às “vítimas” apresentando explicações e soluções em boa parte dos casos. Sendo que essa visão mais ampla costuma faltar à maioria dos pesquisadores do Oculto, que acabam se restringindo às suas especialidades de acordo com sua linha de atuação. Quando na verdade as Ciências Ocultas em seu conjunto apresentam diversos meios de oferecer explicações e soluções.






Agora vendo pelo ponto de vista de quem se propõe a ajudar quem passa por situações como estas. É preciso igualmente determinar até onde se estende o nosso campo de atuação. Pois no campo material já temos as Ciências Convencionais a oferecer respostas, cabendo a nós tratar daquilo para o que eles não possuem explicação. E nossas explicações devem ser pautadas em nossos conhecimentos e não nos deles. Ou seja, não estaremos tratando de cérebros e seu funcionamento, mas sim da mente, da consciência, da percepção subjetiva e do modo como essa subjetividade se manifesta.



Às vezes quer me parecer que o Ocultista em geral acaba se deixando influenciar pelo senso comum, pelo imaginário popular, pelo pensamento dos profissionais das Ciências Convencionais e seus métodos, pelos dogmas, doutrinas e preceitos morais e filosóficos de cada Religião à qual se esteja ligado. Com isso acabamos nos sujeitando a juízos de valores alheios aos nossos conhecimentos. Como se um médico devesse levar em consideração o parecer de um engenheiro civil para tomar uma decisão quanto a um diagnóstico.



Não há dúvidas de que Fenômenos Físicos são impressionantes, mesmo para quem já tenha alguma vivência no campo do Oculto, ainda assim se algum Fenômeno nos é relatado, o fato dele ter de fato ocorrido a nível físico ou não, não é fator determinante para se considera-lo como tendo sido real, nem para se atribuir ao indivíduo uma suspeita de fraude. Pois em nossa vivência espiritual, nós mesmos passamos por experiências inexplicáveis, intensas, marcantes, que por vezes chegam a marcar mudanças profundas em nossas vidas, mesmo sem que tenha ocorrido absolutamente nada a nível Físico. E nem por isso foram menos reais ou verdadeiras.



Em geral a ocorrência de efeitos físicos seria a última consequência de um processo longo que esteve se passando a níveis mais sutis sem que se tivesse dado a devida atenção. Situações nas quais se observa com bastante antecedência sinais de Manifestações Mediúnicas da parte dos envolvidos. Processos Psíquicos profundos que por vezes passam despercebidos pela análise de Psicólogos e Psiquiatras, que acabam ficando encobertos por síndromes e problemas psicológicos já conhecidos e abafados pelo uso de Drogas Psicoativas.



Por vezes o consumo de Álcool e outras substâncias por parte dos envolvidos ao contrário de invalidar a ocorrência, ou a confiabilidade dos relatos, são por si só sintomas de todo um processo que se passa nas sombras, fora das vistas daqueles que analisam apenas ou em primeiro lugar os aspectos físicos da questão.



Os Fenômenos Físicos embora sejam o que há de mais chamativo, ainda assim não são o fator principal nem as raízes de tais Processos pode ser encontrada a nível físico. Sendo estes muito raros e bem menos sensacionais do que se mostra nos filmes, mas por menores que sejam, são impactantes e perturbadores para quem os vivencia e sem dúvida o mais importante nesses casos é dar alguma atenção à pessoa em si, sem nos importarmos tanto em procurar provas materiais para os Fenômenos Espirituais, pois não será assim que conseguiremos o aval das Ciências Convencionais. E muito especialmente devemos nos questionar porque deveríamos buscar por esse aval. Seria como se um poeta romancista precisasse ser reconhecido pelo Conselho Nacional de Odontologia para legitimar e dar credibilidade a sua obra e seu trabalho literário.





terça-feira, 30 de agosto de 2016

Falando a língua dos Anjos



O estudo e o contato com os seres angelicais atualmente deixa certa lacuna quanto a métodos e informações mais detalhadas. Sendo que muito do que se faz é buscar seguir receitas pré-determinadas criadas por pesquisadores do oculto que nos antecederam, sem, no entanto, buscar compreender os meios pelos quais tais métodos poderiam ou não ser efetivos. Outros ainda se valem de seus recursos psíquicos de sensitividade e percepção extrassensorial para buscar meios mais diretos de contato.


Certamente que existem muitos meios pelos quais pode se obter esse contato com esses seres e vou tentar expor aqui algo sobre o meio pelo qual obtive esse tipo de contato. Embora não haja uma receita específica que se aplique a todos os casos e a todo tipo de praticante, mas creio que posso dar alguns elementos para que cada um possa adaptar à sua própria realidade.


Algumas informações sobre a Natureza dos Seres Angelicais precisam ser passadas para que se possa compreender o processo de contato e como se dá a comunicação com eles. Há tradicionalmente métodos já bem estabelecidos como os de John Dee e seu sistema Enoquiano, se valendo de uma ritualística própria através de Selos, Quadrados Mágicos e outros elementos. Mas o método que vou tentar descrever aqui dependerá bem mais de elementos práticos como a própria sensitividade do oficiante.


Primeiramente existe toda uma categoria de seres que são genericamente classificados como Anjos, sendo que temos os Coros Angelicais que seriam justamente as distinções entre esses diferentes tipos de criatura. As diferenças entre eles são de mesma magnitude que as diferenças existentes entre os Reinos: Mineral, Vegetal, Animal e Humano. Tendo assim como seres distintos os Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Potestades, Virtudes, Principados, Arcanjos e Anjos.


A questão é que são seres que constituem as bases estruturais dos Planos de Existência, de modo que cada Coro estará mais relacionado com um Plano Específico, mesmo possuindo manifestações nos demais planos. Assim teríamos como que uma mesma entidade em realidades análogas a sua original em cada um dos Coros. Isto é observado no estudo dos 72 Gênios Guardiões.


Essa seria nossa principal referência disponível para o contato com esses seres, já que o povo Hebraico desenvolveu com profundidade o estudo dessa classe de seres da Natureza. Os próprios estudos de John Dee em sua criação do Alfabeto Enoquiano foi uma adaptação do que os primitivos Hebreus fizeram com a própria criação da língua Hebraica, sendo ambas tentativas de recriar a língua Adâmica ou idioma Mágico.



Parte do sucesso alcançado por eles se perdeu com o tempo e assim como John Dee outros buscaram reencontrar as chaves perdidas para o entendimento dessa Língua Mágica. O que é preciso ser compreendido nesse trabalho é que temos de redefinir o nosso entendimento de linguagem, de comunicação, pois estamos muito acostumados com a comunicação verbal que é universal no Reino Humano, mas não se aplica à comunicação com os outros Reinos da Natureza.



Seres diferentes se comunicam de formas diferentes e é essa a linguagem que precisa ser entendida. Ou seja, poderemos nos dirigir a eles com palavras, mas não será isso que estará de fato importando para eles, mas sim nosso sentimento e pensamento, bem como as respostas nos virão por meio de símbolos que precisarão ser decifrados e postos em palavras para podermos descrever, sendo que a partir daí se torna até mesmo possível redigir um diálogo entre o Humano e o Anjo, como muitas vezes vemos relatos. Esse diálogo ocorreu unicamente na mente do Humano, que traduziu os simbolismos e sensações transmitidos pelo ser angelical e os colocou em palavras.


A relação entre seres humanos e os Anjos propriamente ditos, no caso os seres do Coro específico chamados de Anjos, é bastante estreita, pois são criaturas simbióticas. Temos uma ligação direta como gêmeos siameses com um Anjo, sempre havendo essa dualidade que faz parte de nossa Anatomia Oculta, na qual teremos sempre um Humano e um Anjo correspondente. Embora isso não se refira diretamente ao conceito de Sagrado Anjo Guardião comumente estudado pelos que seguem a linha de Thelema.


Os antigos Cabalistas encontraram uma fórmula de classificação na qual estabeleceram a divisão do todo por 72 e assim se tornou possível designar características próprias distintas de cada um desses seres atribuindo a eles datas, de modo que para sua data de nascimento teremos ali um dos 72 Gênios correspondente.


Esses 72 são subdivididos entre os Coros, mas no caso essa divisão é essencialmente simbólica, ou seja, mesmo que tenhamos um determinado Gênio classificado como Querubim, por exemplo, ainda assim estaremos entrando em contato com o Anjo correspondente e não com um Querubim em si. Sendo que todos os 72 na verdade são essencialmente do Coro dos Anjos.


Esse Coro específico possui grande relação com o Ser Humano por ter o foco de sua existência assim como nós, no Plano Mental. Então aqui temos o primeiro fator a ser observado ao buscar ter contato com eles. Embora eles possuam manifestações Astrais, Etéricas e até mesmo Físicas em alguns raros casos, ainda assim não estaremos contatando essas manifestações e sim sua essência Mental.


Então como primeiro procedimento para se trabalhar com essas Entidades teremos que nos isolar de influências externas. A falha nas tentativas desses contatos na maioria dos casos é de estudantes buscarem se valer de mediunidade para tentar contata-los em suas manifestações Astrais, da mesma forma que se comunicaria com um Humano desencarnado. Tal procedimento, mesmo se obtendo resultados, não nos permite ter a certeza de que as informações obtidas pela comunicação são realmente aquilo que foi transmitido pelo Anjo, ou se foi algo captado de habitantes do Plano Astral interferindo na comunicação.


Sendo assim, o ideal é que o procedimento seja feito em um Templo, devidamente isolado de interferências Externas Astrais e Energéticas. Na impossibilidade de se dispor de um Templo para tal prática, então que tomemos os devidos cuidados para com o isolamento do local onde será feito o Contato. Buscando por meio de limpeza energética, banimentos, ritos nos quais se obtenha o máximo de isolamento possível, não só de seres como de correntes mentais, formas pensamento e energias alheias ao oficiante.





Caso você siga uma linha de trabalho que envolva o acompanhamento de Guias e Entidades próprias do seu Sistema, bem como Egrégoras às quais você esteja ligado, é recomendável que para esse contato se isole momentaneamente, podendo ao menos solicitar para que não haja interferências e no ambiente venham a estar sozinhos o Humano e o Anjo e nada mais.


Pode-se utilizar de Círculos Mágicos, mas diferente dos procedimentos adotados com Demônios os Anjos sempre estarão dentro do Círculo com você. Não há como banir um Anjo. O contato com eles é contínuo, apenas o que diferencia o procedimento de comunicação é por ser para nós uma ocasião na qual nos tornamos conscientes desse contato a ponto de conseguir trazer para a mente objetiva as mensagens continuamente transmitidas por eles.


Todos os procedimentos para essa comunicação servem unicamente ao Humano, pois eles não precisam de nenhum recurso maior para entrar em contato conosco. São a nossa atenção e nossa consciência que precisam ser preparadas para entendê-los.


Mesmo em nosso meio raramente lidamos diretamente com trabalhos a nível Mental, sendo que boa parte está mais habituado a lidar com o Plano Astral. Aqui então será preciso além do isolamento buscar alcançar um estado de serenidade meditativa, na qual busquemos o máximo de neutralidade possível. Temos de estar com nossa sensitividade em estado de atenção para qualquer coisa que possamos vir a sentir, ver, ouvir ou intuir, mas para isso precisamos silenciar a nós mesmos, não pensando em nada, não sentindo nada e quando o ambiente ao nosso redor estiver suficientemente isolado para se alcançar esse estado de neutralidade e silêncio, tanto mental quanto emocional, aí sim nós estaremos prontos a entrar em contato com o Anjo.


A relação que temos com eles em sua realidade Mental tem como parâmetro o Tempo, sendo este o meio de se ter algum tipo de mapeamento para “Navegação Mental”. A realidade Mental é absurdamente mais ampla que o Plano Astral, que por si só já seja de uma complexidade assombrosa. Não há, como no Astral, a possibilidade de você se perder. Há apenas a possibilidade de não se encontrar o que se está procurando, ou encontrar algo que não se estava querendo encontrar. Embora nesse último caso o que de fato aconteça é que aquilo que procuramos não é exatamente como imaginamos que fosse.


Isso acontece muito no contato com os Anjos. É fundamental esquecer a imagem clássica de seres representados como humanos com asas. Eles não possuem nada de humano em suas aparências, sendo que de certa forma eles nem mesmo têm uma aparência. Podendo-se também esquecer conceitos como seres ligados à bondade, ao bem, à luz. Eles são Forças da Natureza e suas manifestações são as mais diversas. Portanto é fundamental que no contato com eles não tenhamos reservas, aceitando sentir, ver, ouvir e intuir o que quer que seja e que tenha isto que aparência for. Por menos lógico, ou menos agradável, ou até errado segundo nossos valores, aquilo possa nos parecer ao nosso sistema de crenças, ainda assim deverá ser aceito como natural, sem que venhamos a reagir positiva ou negativamente, analisando sem julgamento, apenas buscando compreender a Natureza do Ser e o que ele está buscando nos passar.




A maneira deles se comunicarem conosco será através de construções Astrais. Eles criam cenários, formas, objetos, imagens, que não são como hologramas, são reais a nível Astral. Os Anjos podem ser mais bem entendidos se os virmos como “Lugares”, sendo que o Anjo seria como um recinto no qual você viria a entrar. Esse recinto é composto de uma determinada atmosfera emocional, um ambiente que nos leva a um determinado estado de espírito, nos remetendo a uma situação, um contexto, que nos fará sentir de uma determinada maneira e a partir desse sentir começamos a intuir e ter pensamentos de acordo com aquela realidade.


Nossos pensamentos terão como ponto de partida sensações, imagens que veremos ou mesmo imaginaremos. Ideias nos surgirão, assuntos aos quais daremos atenção e isto, dependendo de como costume ser sua realidade mental, poderá ser traduzido na forma de um diálogo, ou de uma situação vivida, como um ator encenando uma peça.


Sentiremos impulsos para fazer determinados gestos, ações como bater palmas, por exemplo, bem como impulsos para emitir ruídos, assumir diferentes posturas corporais, poderemos sentir os mais diversos tipos de emoção, como raiva, tristeza ou outras e manifestar isso das maneiras mais diversas. E tudo deverá ser feito com naturalidade, sem julgamento, permitindo que esses impulsos fluam com naturalidade.


Esta é a experiência do contato e após ela você terá elementos para refletir e buscar compreender que mensagens que lhe foram transmitidas ali. Há casos nos quais o Anjo em razão de nossa afinidade com ele nos dá presentes astrais, como armas mágicas ou objetos relacionados a eles. São objetos que a nível astral são absolutamente reais e palpáveis, sendo de um valor inestimável sobre tudo para Magistas.


Então temos os seguintes passos: Primeiro o isolamento total; Depois silenciamos a nós mesmos em todos os sentidos; Até que então entramos em contato com o Anjo e mais uma vez silenciamos para então sentirmos, vermos, intuirmos, os diversos sinais com os quais ele irá nos bombardear para que o entendamos, sem intervir, se refrear, nos permitindo interagir livremente com a realidade que irá se desenhando para nós naquele momento.


Saberemos, pelo isolamento prévio, que aquilo não é ação de nenhuma influência Astral, sendo que só estarão ali você e o Anjo. Muitas vezes irá lhe surgir um cenário, um contexto, no qual você se verá como sendo o próprio Anjo. Isso faz parte da comunicação. Assim também poderá ver alguma aparência Humana. Essa aparência não é Anjo em si, é uma imagem criada por ele para fazer-se entender por nós. Em outros momentos ele irá se apresentar como uma presença às nossas costas. Isto é absolutamente normal. Apenas é preciso entender que ele está em toda a parte, ele é todo o cenário que te circunda e não apenas a presença ou a figura humana ali representada.


Por vezes eles podem se nos apresentar como situações ameaçadoras, nos levando a estados de ânimo geralmente vividos em desastres naturais. É preciso que entendamos que isto tudo é apenas para que nos sintamos daquela forma e de modo algum há um perigo real ali. Apenas pode ser importante para compreender aquele Anjo específico que nos sintamos ameaçados, sintamos medo, terror, pânico, desespero, mas devemos manter a serenidade e confiança de que aquele estado irá passar e pode passar a partir do momento que você “se retire daquele lugar”. Entendendo que esse sentimento é o Anjo em si e que seu contato sempre lhe trará essa sensação e que esta sensação só tem este significado. Não se tratando assim de nenhuma profecia, ou predição, ou anúncio de catástrofe vindoura. Cabendo ao oficiante não se deixar impressionar.




Dentro desse processo como passamos do passo um para o passo dois? Como entramos em contato com um Anjo específico. Aqui iremos nos valer do que já existe de estudo sobre o assunto, recorrendo ao que temos de informações sobre cada um dos 72 Gênios. Nosso contato com eles depende de produzirmos em nós mesmos o estado de ânimo correspondente àquele Anjo específico, nos sentirmos, no ambiente que é a própria realidade do Anjo. Para isso dispomos de descrições antigas de estudiosos que tiveram essa experiência antes de nós e vieram a dar depoimento de seus contatos e a que cada Entidade remete.


Outro recurso é o som. Os nomes Hebraicos são essencialmente Mantrâmicos, então uma forma de tomar contato com os Anjos é mantralizando seus nomes. O ideal, e o que recomendo nesse sentido, é que procure começar pelo Anjo correspondente ao seu próprio dia de Nascimento. Pois será um “ambiente” que lhe será mais familiar e com o qual você possui naturalmente afinidade.


Apenas o detalhe é que os primeiros contatos, sobretudo por serem com o nosso próprio Gênio Guardião, nos trarão sensações bastante sutis, nos dando a impressão nítida de não estarmos sentindo nada. Isso se deve a que o seu estado de neutralidade é diretamente determinado pela influência deste seu Anjo. Sendo que se fosse possível a cada um de nós sentir o estado de neutralidade uns dos outros notaríamos que são absolutamente diferentes. Podendo, por exemplo, aquilo que para mim é “não sentir nada” para você seria sentindo como sendo um estado de raiva contínua, ou ainda, aquilo que para você seria “não sentir nada” quando sentido por outro poderá parecer um estado de tristeza profunda.


Então não há de se estranhar se a princípio lhe parecer não estar tendo resultado algum, pois mantendo a serenidade e a atenção perceberá que está se sentindo como em alguns momentos é comum a você se sentir e poderá a partir daí observar o que caracteriza esse sentimento.


Os elementos usados para se entrar em contato com os anjos, todos eles só servem para levar o humano a se sentir de uma determinada forma. A ideia de que se esteja de fato oferecendo algo ao Anjo, ou que eles possuam gostos pessoais por tais ou quais coisas é apenas uma forma mais simbólica de se referir ao procedimento. A ideia de se ascender velas, estas por si só não possuem significado para eles, mas possuindo significado para nós, representando um gesto de querer presentear, poderá nos colocar num estado de ânimo propício para o contato. Embora isso não vá se aplicar a todos os Anjos, apenas para aqueles cuja temática envolva uma postura mais devocional.


Todo o procedimento consiste em nos colocarmos em afinidade com a tônica vibratória do Anjo. E faremos isso a nível Mental. Para tanto iremos nos valer do processo de Mantralizar o nome dele, sendo que a vibração do nome é análoga à vibração do Anjo em si e assim serve para te levar àquele estado de ânimo próprio dele. Outro meio será buscarmos todas as descrições que estejam disponíveis sobre as características daquele Anjo específico. Procurar pelo Salmo correspondente àquele Anjo também ajuda a nos situar quanto ao contexto no qual devemos nos visualizar e como nos sentiríamos naquelas circunstâncias, ou a que nos remete aquele texto.




E um dos elementos importantes é nos ajustarmos com relação ao Tempo. Procurando fazer o contato com o Anjo em um dos seus dias correspondentes, sendo em geral cinco datas ao longo do ano. Sendo isto o ideal, podendo-se, contudo, optar por apenas entrar em contato com ele no horário do dia o qual ele rege. Tendo-se tabelas que dividem as horas do dia a partir da meia noite, tendo um período de vinte minutos para cada um dos 72 Gênios.


Então teremos que, de preferência em nosso Templo, após os procedimentos próprios para isolarmo-nos completamente de influências externas; no dia e horário do Anjo correspondente ao nosso dia de Nascimento; mantralizar o seu nome, podendo ser por três vezes; leremos o trecho de Salmo atribuído a ele; leremos a descrição de suas características; incluindo às de seu Gênio Contrário; então silenciaremos nossa mente e nossas emoções, ficando atentos apenas ao silêncio e ao “nada” que estaremos sentindo; após algum tempo começarão a nos surgir pensamentos e sentimentos análogos ao que lemos; poderão nos surgir visões ou intuições de símbolos, ou objetos, ou imagens; poderão nos ocorrer diálogos internos; poderá ocorrer o impulso a fazer um determinado gesto, ou assumir uma determinada postura, ou exercer alguma ação, como gritar, chorar, xingar ou outra; até que após um tempo faremos os procedimentos habituais de sua própria linha para encerramento do procedimento e terá deste momento em diante elementos a serem analisados e compreendidos da experiência.


O detalhe é que ainda estaremos em contato com Anjo depois disso. Conforme o horário podendo ser o dia inteiro. Assim também voltaremos a nos sentir nesse estado de espírito em outras ocasiões aleatórias em dias posteriores, assim como também poderemos notar que houve ocasiões no passado nas quais já havia se sentido assim. Mas após termos estabelecido o contato, se torna natural para nós reconhecer quando ocorrem os contatos naturais e buscar o contato com ele apenas buscando dentro de si sentir-se dessa forma, independente dos outros recursos de isolamento e momento propício. Sendo esses elementos fundamentais apenas para o primeiro contato com cada um deles.


Ao evocá-lo, sua postura deverá ser de humildade. Esse termo é muito mal compreendido. Não se trata de uma postura subserviente, pelo contrário, trata-se de uma postura de neutralidade, de naturalidade, tratando e se dirigindo ao Anjo com respeito, mas em momento algum se colocando como superior a ele e muito menos inferior. Não somos inferiores a eles em absolutamente nada, eles apenas costumam viver aspectos da realidade para os quais não estamos atentos apenas por estarmos vivenciando uma experiência física, sendo que eles estão ligados a aspectos mais sutis da existência e isso não faz deles superiores. Mas também não há porque tratá-los como inferiores a nós, pois semelhante aos humanos, se há algo que queremos deles seria de se esperar que os tratássemos bem. Mesmo porque não é da Natureza deles qualquer iniciativa em nosso favor sem que peçamos. Mesmo o contexto de Anjo Guardião se refere a uma “função” exercida pelo Anjo em favor da Ordem Natural das coisas e não por ser algo em nosso favor ou não. São mantenedores da Ordem imparciais.





Uma recomendação que considero importante é ao procurar entrar em contato com Anjos outros que não àqueles referentes ao seu dia e horário de nascimento, que seja bastante cuidadoso na escolha desse Anjo. Eles não são criaturas dóceis, suaves e agradáveis como na visão comum religiosa, sendo que o contato com algum deles com o qual você não consiga estabelecer afinidade, pode lhe trazer grande desconforto, proporcionando pensamentos, emoções e estados de ânimo estranhos a sua personalidade e ao seu estado normal, podendo causar desajustes a nível psicológico e espiritual que viria a exigir cuidados.


Assim uma maneira de evitar riscos é quando entrar em contato com Anjos novos e que lhe sejam estranhos, que seja com Anjos correspondentes aos dias de nascimento de parentes e amigos seus, sendo que possuem vibrações que não lhe serão de todo desconhecidas. Algo curioso que nos ocorre após termos contato com alguns Anjos diferentes é que acabamos nos dando conta das diferentes formas de sentir e o quanto temos afinidade ou não com cada uma, sendo isso uma explicação para certas simpatias e antipatias instantâneas que temos para com certas pessoas. Como na expressão popular “Meu Gênio não bate com o dele”, ou “Meu Santo não bate com o dele”. Isto acaba se mostrando uma realidade passível de observada e compreendida, nos permitindo até mesmo nos adaptar de modo a assumir algum controle sobre a simpatia e antipatia que sentimos pelas pessoas e vice-versa.


Os Anjos têm uma relação muito próxima com os Humanos e se comunicam muito especialmente através de Sonhos, muitas vezes entrando em contato conosco quando estamos naquele estado entre o sono e o despertar. Sendo que a presença deles muitas vezes nos traz sonolência.


Eles costumam se manifestar a nível Astral, mesmo que normalmente iremos entrar em contato com eles a nível Mental. A questão é que como normalmente nós não estamos conscientes deles e nem captamos as Mensagens que eles nos passam, então eles gradualmente ao longo dos séculos têm se aproximado mais das realidades mais densas. Isso faz com que hoje em dia eles estejam se manifestando também a nível Etérico, energético, instintivo. Produzindo como efeito colateral de seu contato alguns estímulos à sexualidade, despertando a libido, desejos e nos inspirando fantasias sexuais.


Assim pelas descrições dadas aqui creio que se acaba desmistificando muito do que é senso comum sobre esses Seres, que no fundo são bem pouco compreendidos. Pois mesmo em nosso meio eles são entendidos por alguns como dogmáticos e ligados a preceitos morais, e até valores religiosos, quando na verdade estão muito acima disso. Tais valores não têm o menor significado para eles. Eles são o que são e assim como tudo na Natureza não está sujeito a juízo de bem ou mal, sendo estes preceitos exclusivamente humanos.


Ainda há muito a se falar sobre os Anjos de modo geral. Aqui nos detivemos apenas quanto aos 72 Gênios Cabalísticos. Mas ainda estaremos abordando o tema, tanto em termos práticos e técnicos como aqui, como também em considerações teóricas para uma compreensão mais completa. Estando inclusive em pauta vídeos abordando esta temática no Canal Sujeito Oculto.


Concluindo, cabe aqui mais uma consideração. Há aqueles que têm a ambição de entrar em contato com todos os 72. Bom, a estes apenas digo que ao longo dos vários anos que trabalho com o Oculto, eu mesmo não cheguei a entrar em contato com todos, nem tenho pressa em fazê-lo. São Forças da Natureza que devem ser respeitadas. Não temidas, mas certamente respeitadas.