quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Quarta Dimensão




Em nosso meio é quase inevitável em algum momento ouvirmos falar nesse tema. Mas também é igualmente inevitável o festival de desinformação que observamos nesse assunto. A grande maioria tem uma abordagem repleta de entendimentos desencontrados e vou tentar nesse texto elucidar um pouco alguns pontos importantes para a compreensão do tema.

Primeiramente vemos em nosso meio alguns setores que se deixam levar pelo fascínio das Ciências Convencionais e as tomam como referência e parâmetro para analisar as questões Supra Físicas. Isto é algo a ser tratado com muita cautela, pois é preciso colocar as Ciências Convencionais em seu devido lugar, ou seja, na explicação dos fenômenos físicos.

Ainda assim existem terminologias compartilhadas e isso por vezes é causa de entendimentos equivocados. Ao se tratar de questões Supra Físicas utilizando terminologias das Ciências Convencionais não se estará automaticamente atribuindo credibilidade, pelo contrário, pois o mau uso do termo leva no mínimo a que não se seja entendido. O termo sozinho não traz em si toda a explicação de contexto que a questão exige.

Há casos em que se busca criar novos significados para a expressão e com isso se cria ainda mais confusão para o entendimento do assunto e lamentavelmente se vê toda uma série de explicações sobre questões que já são complexas por si só, todas elas apoiadas em interpretações distorcidas de expressões simples como é o contexto do termo Dimensão. Então vamos começar desfazendo mal entendidos.

Dimensão não consiste num “lugar”, não é o termo mais adequado para se definir todo um universo. Nas Ciências Ocultas, já desde a mais remota antiguidade lidamos com o conceito de Universos Paralelos, conceito que só recentemente as Ciências Convencionais passaram a estudar. No Ocultismo esses Universos Paralelos não só já são bem estudados como lhes foram atribuídos nomes, sendo chamados de Mundos, ou Planos e erroneamente de Dimensões.

Dentre eles, o que mais se tem literatura a respeito é o chamado Plano Astral, ou Mundo Astral. Na maioria dos casos vemos estudiosos de nosso meio se referindo ao Plano Astral como sendo a Quarta Dimensão. Essa confusão ocorre pelo fato de o Mundo Astral ser Tetradimensional, ou seja, o Espaço no Plano Astral possui Quatro Dimensões.

Geralmente se encontra referências ao nosso Mundo Físico, nossa realidade material como sendo a “Terceira Dimensão”, quando na verdade apenas nessa realidade possuímos um espaço Tridimensional, com Três Dimensões.

Vamos analisar o que se quer dizer com isso. Aqui em nosso mundo Material, Físico, o espaço possui Três Dimensões, essas são Altura, Largura e Profundidade. Ou seja, se temos uma folha de papel, se ignorar a espessura dessa folha, nós iremos medir seu tamanho em apenas duas Dimensões, Largura e Profundidade, sem considerar Altura, que no caso seria a própria espessura da folha.

Isto caso a folha de papel esteja na horizontal, sobre uma mesa por exemplo. Caso ela esteja na vertical, aí poderemos medir também apenas duas Dimensões, Altura e Largura, ignorando a espessura da folha mais uma vez, que seria a Profundidade.



Esse exemplo é para que consigamos assimilar bem o conceito de dimensão. Se tivermos uma linha fina, que se desconsidere seu diâmetro, teremos um objeto de apenas uma dimensão, ou seja, só mediremos seu comprimento.

Então temos aí uma noção do que se quer dizer com Dimensão. Seria de quantas formas é possível se medir o tamanho, ou espaço ocupado por um objeto. Então com uma Linha teríamos apenas uma medida, uma Dimensão, com uma folha já teríamos duas medidas, duas Dimensões. Já com um objeto como um Cubo, por exemplo, teríamos três medidas a serem obtidas para que se consiga mensurar seu tamanho, ou seja, Três Dimensões, podendo-se definir Altura, Largura e Profundidade.

Nesse caso esse objeto não se encontra na “Terceira Dimensão” e sim este objeto é Tridimensional, ele possui três dimensões. Sendo que nosso Universo Físico, a realidade Material, na qual nós vivemos, não se encontra na “Terceira Dimensão” e sim ela é Tridimensional, com Três Dimensões, todo o Espaço neste Universo poderá ser medido em três direções possíveis.

E nossa existência não está restrita a uma única Dimensão, nós possuímos corpos com Três Dimensões vivendo num Espaço de Três Dimensões. Não vivemos exclusivamente em uma, não vivemos na Terceira, nem Segunda e nem Primeira, pois isso simplesmente não seria fisicamente possível. De modo que também não é possível definir qual das Dimensões seria a Terceira, pois isso é relativo.

Então quando em nosso meio é dito algo sobre “O Mundo da Terceira Dimensão”, o sentido é uma referência a um Mundo que possua uma Terceira Dimensão e isso só fará algum sentido se tivermos como ponto de partida um Mundo Bidimensional, que só possua duas Dimensões como uma folha de papel, sendo que esse mundo para nós só seria possível de ser imaginado e ainda assim na condição de um observador externo.

Então tomemos como ponto de partida o Mundo Físico, o Universo Físico, com o qual interagimos e conhecemos bem. Estamos acostumados a que as coisas tenham cada qual o seu tamanho, que haja distâncias a serem percorridas em três dimensões possíveis, ou seja, podemos ir para frente ou para trás, uma dimensão, para os lados, duas dimensões, podendo inclusive seguir nas mais diversas direções a nível horizontal, como também podemos ir para cima ou para baixo, três dimensões, de modo que é possível o deslocamento em qualquer direção dentro desse espaço Tridimensional.

Então todo o nosso Universo, grosso modo, em toda a sua vasta extensão, possui essas mesmas Três Dimensões. Sendo esse o padrão que define a realidade Física como um todo. Tendo-se esse conceito em mente, como ponto de partida, conseguiremos definir o que viria a ser uma Quarta Dimensão. A princípio é desafiador para a nossa mente, acostumada a uma realidade de Três Dimensões, imaginar como seria um Universo com Quatro Dimensões. Assim como encontramos dificuldade em conceber em que direção seria possível se medir uma Quarta Dimensão.

Aqui então faremos um exercício de imaginação. O que costumo dizer sobre a Quarta Dimensão é que esta seria entendida ao se imaginar um espaço interno em desacordo com o externo. Imaginemos uma caixa que dentro dela tivéssemos uma casa inteira. Temos um objeto que externamente possui um tamanho, um volume, em Três Dimensões e dentro outro tamanho, muito maior, algo impossível Fisicamente. Sendo que a passagem de um espaço para o outro se daria através de uma Quarta Dimensão, uma direção impossível.




Essa é uma ideia que os estudiosos das Ciências Convencionais já chegaram a assimilar e a trabalhar nesse sentido, ao que chamaram de Hiperespaço. Esse conceito foi desenvolvido ao considerar determinados Cálculos Astronômicos em estudos de Física Teórica, em que se chegou a constatar a possibilidade da utilização de um Fenômeno chamado de Buraco de Minhoca.

O Conceito consiste em se considerar que as colossais distâncias existentes entre as Estrelas e ainda mais entre as Galáxias, são grandes demais para serem percorridas senão em longuíssimos períodos de tempo, mesmo se viajássemos na mais alta velocidade fisicamente possível que seria a Velocidade da Luz, sendo que tais viagens poderiam levar anos, décadas, séculos ou mesmo milhares de anos. Então se constatou a possibilidade se tomar atalhos, como um tipo de túnel, que viria a suprimir o espaço que existe entre um ponto e outro.

Este Túnel hipotético seria atravessado nos levando diretamente do ponto de origem para o ponto de chegada sem que passássemos pelo espaço existente entre um e outro. Passando assim pelo o que chamaram de Hiperespaço, ou seja, se valendo de uma Quarta Dimensão. Um espaço fora do espaço.

A questão é que para as Ciências Convencionais o Hiperespaço não é considerado como sendo algo relativo à Quarta Dimensão, já que o conceito atualmente mais aceito é de que uma Quarta Dimensão seria o Tempo.

Esse é um ponto no qual as Ciências Ocultas discordam das Convencionais e nesse caso seria de se considerar que o tema é limítrofe, fugindo da observação puramente Física na qual as Ciências Convencionais se especializaram para realidades Supra Físicas, sendo já então o campo de atuação e estudo das Ciências Ocultas.

Nesse caso, os avanços recentes da Física Teórica chegaram à descoberta de conhecimentos antigos das Ciências Ocultas sobre a própria constituição e raízes da Existência em si no que se refere ao Universo Físico. Sendo que teríamos uma visão bem mais clara se considerarmos os outros Universos e não apenas o Físico e com isso veríamos o Tempo como uma grandeza equivalente ao Espaço e não apenas como mais uma dimensão do Espaço.

Ou seja, o Mundo Físico, possui Três Dimensões Espaciais e apenas uma Temporal. Só conseguimos medir o tempo em uma Dimensão, em uma direção. Ou seja, o Tempo para nós é como se fosse uma linha e conseguimos medi-lo para frente e para trás e nada além.

Os Físicos conseguem conceber o conceito de Universos Paralelos, mas se restringem às características do nosso Universo, sendo mais fácil imaginar outro Universo com Três Dimensões Espaciais e uma Temporal exatamente como o nosso Universo Físico. Mas nas Ciências Ocultas sabemos da existência de Universos com características absolutamente distintas, como é o caso do Universo Astral.



O Universo Astral possui naturalmente Quatro Dimensões Espaciais e Duas Dimensões Temporais. Isto sem dúvida é algo de difícil compreensão, já que estamos tão acostumados às nossas referências Físicas. O que se pode ilustrar é através de nossas experiências Oníricas, em nossos Sonhos, sendo que estes se passam em uma realidade justamente com essas características.

Em nossos sonhos somos capazes de sair de um local e rapidamente já estar em outro sem percorrer a distância que naturalmente existiria entre eles. Entrar em um cômodo e este ter um espaço interno muito maior que a construção comportaria vendo de fora. Ocorrem fenômenos estranhos quanto ao deslocamento Espacial como fazer um trajeto e ao voltar por ele este já é outro local diferente daquele espaço percorrido poucos instantes antes. Podemos abrir uma porta e passar para um local e ao voltar pela mesma porta esta leva a um lugar diferente daquele do qual viemos.

Assim também ocorre uma natural estranheza com relação ao tempo, pois este nos parece mais elástico, em especial quando comparado com o Tempo ao acordar, sendo que por vezes temos a nítida impressão de terem se transcorrido horas quando estivemos dormindo por poucos minutos, enquanto em outras ocasiões nos parece que apenas se passaram alguns curtos instantes e ao acordar nos damos conta de que se passaram horas. Assim é o Plano Astral, Mundo Astral, ou ainda Universo Astral, uma realidade de Quatro Dimensões.

Geralmente quando se fala em Mundo da Quarta Dimensão é uma referência ao Universo Astral, sendo que não faz sentido se referir à Quarta Dimensão como sendo um sinônimo de Plano Astral, pois isso é uma distorção dos significados dos termos, dificultando a compreensão.

Atualmente alguns setores em nosso meio fazem afirmações do tipo: “Vamos elevar nossa vibração e passar da Terceira Dimensão para a Quarta Dimensão”. Isso é uma forma equivocada de se definir essas realidades e esses fenômenos. Pois nós não mudamos de um Universo para outro, nossos Corpos não mudam de um Universo para outro, por maiores e mais intensos que sejam os estímulos e as energias envolvidas.

Enquanto nossos corpos Físicos estiverem no Universo Físico eles serão sempre Tridimensionais, não será um estado de consciência diferente que irá mudar essa realidade. Agora o que é preciso considerar nesse caso seria o conceito de Consciência, de modo que poderemos estar mais ou menos conscientes da Realidade Astral, não deixando de ter nossa natural consciência da Realidade Física.

Mas mesmo nesse sentido esse tipo de afirmação não se sustenta, pois enquanto despertos temos nossa Consciência da Realidade Física e enquanto em nossos sonhos temos naturalmente Consciência da Realidade Astral, sendo uma de Três Dimensões e outra de Quatro. Os conceitos de elevação, vibração, superioridade e inferioridade, com relação a isso, simplesmente não se aplicam, pelo simples fato de que não nos cabe um juízo de valores com relação à realidade, pois ela não é boa nem ruim, ela simplesmente é o que é, é como é.


E o Universo Astral não é superior ao Físico por possuir mais Dimensões. Nem nossa Consciência Onírica é superior a nossa Consciência de Vigília. Também não serão fatores energéticos, Físicos ou Astrais, mudanças de padrões vibratórios, que irão definir ou determinar o nosso desenvolvimento espiritual. Pois este se dá através de um desenvolvimento Consciencial e não dos Corpos. Possuímos Corpos Físicos e Astrais, levamos vidas simultâneas nos dois Universos e também em outros mais e não será por alterações nesses corpos que iremos obter alterações diretas em nossas Consciências ou vice versa.

Agora, no que se refere ao Plano Astral, a questão dos padrões vibratórios é algo que nas Ciências Ocultas se estuda, fazendo parte da dinâmica da própria Natureza da Realidade Astral e nesse sentido a maneira que observamos essas alterações é através de nossos pensamentos e emoções. Este tipo de alteração tem efeitos consideráveis na Realidade Astral, podendo nos colocar em contato com situações, lugares e seres diferentes de acordo com o padrão vibratório. Mas também nesse caso, não cabe o julgamento de bom ou ruim, melhor ou pior, mais desenvolvido ou menos desenvolvido e sim apenas uma questão de afinidade e identificação do indivíduo com aquela realidade, que reflete uma forma de pensar e de sentir.

Quanto à Realidade Astral podemos estar mais sutilizados ou com uma vibração que nos confira uma maior densidade, mas isso não define nosso desenvolvimento espiritual, da mesma forma que na Realidade Física estar num local mais alto ou mais baixo não define em nada qualquer de nossas qualidades.




quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Warren




Ceticismo. É algo sempre presente para todo estudante sério das Ciências Ocultas. Não bastando todo o Ceticismo necessário aos nossos estudos e práticas, todo o questionamento ao qual nos submetemos em busca de obtermos o mais alto grau de credibilidade em tudo que nós realizamos, constantemente nós somos postos a prova e contestados pelos questionamentos daqueles que desconhecem nossos métodos e a própria natureza das forças e mistérios com os quais lidamos.



Nem sempre encontramos quem do nosso meio se torne celebre para o grande público e quando isso ocorre os ataques e questionamentos lhes chegam dos mais diversos setores da sociedade, desde os céticos de linhas de pensamento mais focadas nas Ciências Convencionais, até mesmo de Religiosos que se apegam a seus códigos e doutrinas não dando margem a uma visão mais ampla da realidade que os cerca.



Mas um caso curioso foi o do Casal Warren, Edward e Lorraine Warren que ficaram conhecidos como investigadores paranormais. Eles se tornaram muito populares por sua exposição à mídia e foram incorporados à cultura popular por meio de publicações de suas histórias e experiências dando origem a filmes e documentários. Sem dúvida seu papel na divulgação do fenômeno Paranormal e dos mistérios do Oculto foi de grande valia para nosso meio, nos trazendo desde novos interessados no estudo dos Mistérios Espirituais, até contribuírem com casos mais bem documentados de fenômenos psíquicos nos servindo de material de estudo relevante, nos levando inclusive a questionamentos e nos instigando à pesquisa.



A abordagem desses temas em geral leva a debates acalorados e dicotomias muito rígidas que não elucidam nem explicam os fenômenos e acontecimentos. Limitando assim o entendimento e levando a visões mais extremistas que buscam desacreditar ou contra argumentar e em ambos os casos apoiados em bases emotivas que levam a vereditos inconclusivos.



Procuro aqui não enveredar por essa linha de debate, mas sim analisar os dois lados, dos que vivenciam a experiência Paranormal e os que questionam sua veracidade. Buscando nos conhecimentos Ocultos explicações para esse choque do encontro entre as realidades, objetiva material e subjetiva dos mundos supra física.



Existe uma tendência natural daqueles que vivenciam experiências psíquicas em aumentá-las, em especial quanto a suas manifestações físicas, com o simples propósito de tentar de alguma forma compartilhar sua vivência de modo que seja entendida em toda a sua amplitude por outros. Esses excessos são geralmente aquilo que torna suas histórias tão interessantes para aqueles que as ouvem e são assim cada vez aumentadas mais a cada vez que os relatos são retransmitidos.



Isto se torna uma arma na mão daqueles que buscam desacreditar as ocorrências, que irão deixar de analisar o ocorrido para atacar os excessos como se tudo não passasse de manipulação, acusando aqueles que a protagonizam de má fé. Considerando a tudo como fraude, como se isto por si só explicasse a tudo que acontece.




Esse tipo de abordagem dos Céticos leva a que indivíduos que vivenciam situações atípicas, de fenômenos sobrenaturais e paranormais acabem por não relata-los por temerem serem desacreditados. Esta situação é frequentemente mostrada em livros e filmes que tratam do tema. E é este tipo de situação que procuro aqui evitar.





Primeiramente vejamos o ponto de vista daqueles que passam por uma experiência inexplicável. Sendo o indivíduo alguém de fora de nosso meio, que desconhece a Natureza dos Planos Sutis, acaba por se sentir aflito e apenas preocupado em encontrar alguma forma de solução para seu problema. Ao buscar por auxílio, natural e acertadamente se irá procurar por explicações mais simples, objetivas e materiais para o ocorrido, se valendo de seu próprio ceticismo. Procurando assim por explicações materiais e objetivas.



No Campo das Ciências Convencionais teremos então os Psicólogos, Psiquiatras e até chegar à área de atuação dos Parapsicólogos que muitas vezes não chegam a de fato encontrar uma solução ou explicação para o ocorrido. Observando que aqui neste caso não estou me referindo aos casos nos quais se encontre uma explicação simples, material e objetiva. Mas sim àqueles casos dos quais tratam esses relatos que se tornam muito conhecidos por serem vistos justamente como Mistérios Inexplicáveis.



As Manifestações Físicas de Fenômenos Psíquicos são casos extremos e de grande impacto psicológico para quem as vivencia. É natural que o indivíduo venha a buscar por ajuda e esta nem sempre é obtida, pois quando se faz um relato de tais acontecimentos as primeiras medidas tomadas por aqueles a quem se solicita serão voltadas a atender interesses próprios, deixando de lado as necessidades de quem lhes pediu ajuda.



Há casos nos quais o “profissional” a quem se recorre estará mais interessado em buscar provas que corroborem seus próprios conceitos pré-concebidos, quer seja a ideia de que todo fenômeno obrigatoriamente terá uma explicação física, material e então se trataria de um engano da parte da pessoa ou uma mera fraude, quer seja o conceito contrário, de procurar comprovações físicas, materiais que “comprovassem” a ocorrência dos fenômenos psíquicos.



Ambos os casos, de Céticos e Entusiastas caem nesse senso comum de que a Realidade Material seria o elemento principal a ser considerado. Imaginemos a situação de quem vivencia Fenômenos Físicos mais extremos como Telecinese, Pirocinese, Pirogênese, ou mesmo aparições, ruídos, ou ainda coisas mais sutis como a sensação de presenças estranhas.



Alguém que vivencie tais ocorrências estará buscando antes de qualquer coisa uma explicação e uma solução. E ao buscar ajuda a alguém em quem deposita sua confiança, este lhe traz logo de imediato, questionamentos sobre a honestidade do indivíduo, tentando em primeiro lugar comprovar se este não estaria forjando o acontecido como uma forma de autopromoção.



Sim, existem charlatões em nosso meio, mas geralmente se apresentam como conhecedores dos processos Ocultos bem como se apresentam como autores de Fenômenos Paranormais. Seria de se levar em consideração as motivações que alguém sem um histórico de fraudes ou manipulações dessa natureza, sem qualquer envolvimento com esse tipo de atividade, teria para promover tal tipo de “espetáculo”. Autopromoção em que? O que estaria sendo promovido, que imagem estaria sendo vendida? Quem benefícios obteria de tal exposição?







Já havendo honestidade da parte da “vítima”, ao menos até que se comprovasse o contrário, não haveria problemas em se descartar possibilidades. Ou seja, não sendo algo que se comprove totalmente como não tendo sido realizado por manipulação ou causas físicas explicadas, descartando-se problemas psicológicos que viessem a colocar em dúvida a palavra do indivíduo e seus relatos, então se haveria de ter a honestidade intelectual de admitir que tal acontecimento simplesmente não possa ser explicado pelos seus conhecimentos dentro de sua área, quer seja, psicológica, psiquiátrica ou mesmo parapsicológica.



É uma premissa das Ciências Convencionais a dúvida, ou seja, descartando o que se conhece admitisse a ignorância sobre o assunto. Aí chegamos ao Campo de atuação das Ciências Ocultas. Mas o problema é que geralmente existe uma tendência a tentar desacreditar o próprio Ocultismo e cada evento desta natureza é visto como uma oportunidade de se fazer este ataque.



Nesse cenário tão complicado a “vítima” de tais Fenômenos inexplicáveis fica sem opções a quem recorrer. Geralmente acaba recorrendo a Religiosos, mas como cada Religião tem seu campo específico de atuação também estes muitas vezes não têm aquilo que o indivíduo precisa e busca naquele momento, que seria explicação e solução para a situação vivida.



Vendo-se os relatos de casos tratados pelo Casal Warren, casos esses que se tornaram muito conhecidos, como os ocorridos em Amityville nos EUA e em Enfield na Inglaterra, sobre os quais foram inclusive feitos filmes, vemos situações nas quais as “vítimas” recorreram inicialmente à Igreja Católica, cujo campo de atuação permite oferecer soluções em alguns casos de possessão demoníaca, mas nem sempre em casos de manifestações Mediúnicas.



Em outras situações vemos quem recorra a Médiuns Espíritas, sendo que em muitos casos seu campo de atuação não lhes permite oferecer soluções mais efetivas em situações de possessão demoníaca. Quando não, acaba-se recorrendo a Parapsicólogos, que no caso estarão mais interessados em fazer testes em busca de explicações Físicas para os Fenômenos, sendo uma Ciência “jovem” por assim dizer, que ainda se dedica muito mais a pesquisas para obter suas próprias respostas, nem sempre tendo respostas ou explicações a oferecer à “vítima”.



O foco no fator Material é um equívoco no qual incorrem mesmo estudiosos de nosso meio. Por vezes um fenômeno físico produzido “voluntariamente” pela pessoa, por meios físicos comprováveis, com a alegação de ignorância de ter praticado tal ato por parte da “vítima”, não implica obrigatoriamente numa mentira, numa fraude, ainda que se constate não haverem fatores psicológicos que justificassem a inconsciência do ato. Podendo, na maioria dos casos, tratar-se claramente de um Fenômeno Mediúnico pelo qual o indivíduo é induzido a realizar tal ato, de forma inconsciente.



A multidisciplinaridade do Casal Warren permitiu a eles uma visão mais ampla das ocorrências lhes permitindo dar apoio e alívio às “vítimas” apresentando explicações e soluções em boa parte dos casos. Sendo que essa visão mais ampla costuma faltar à maioria dos pesquisadores do Oculto, que acabam se restringindo às suas especialidades de acordo com sua linha de atuação. Quando na verdade as Ciências Ocultas em seu conjunto apresentam diversos meios de oferecer explicações e soluções.






Agora vendo pelo ponto de vista de quem se propõe a ajudar quem passa por situações como estas. É preciso igualmente determinar até onde se estende o nosso campo de atuação. Pois no campo material já temos as Ciências Convencionais a oferecer respostas, cabendo a nós tratar daquilo para o que eles não possuem explicação. E nossas explicações devem ser pautadas em nossos conhecimentos e não nos deles. Ou seja, não estaremos tratando de cérebros e seu funcionamento, mas sim da mente, da consciência, da percepção subjetiva e do modo como essa subjetividade se manifesta.



Às vezes quer me parecer que o Ocultista em geral acaba se deixando influenciar pelo senso comum, pelo imaginário popular, pelo pensamento dos profissionais das Ciências Convencionais e seus métodos, pelos dogmas, doutrinas e preceitos morais e filosóficos de cada Religião à qual se esteja ligado. Com isso acabamos nos sujeitando a juízos de valores alheios aos nossos conhecimentos. Como se um médico devesse levar em consideração o parecer de um engenheiro civil para tomar uma decisão quanto a um diagnóstico.



Não há dúvidas de que Fenômenos Físicos são impressionantes, mesmo para quem já tenha alguma vivência no campo do Oculto, ainda assim se algum Fenômeno nos é relatado, o fato dele ter de fato ocorrido a nível físico ou não, não é fator determinante para se considera-lo como tendo sido real, nem para se atribuir ao indivíduo uma suspeita de fraude. Pois em nossa vivência espiritual, nós mesmos passamos por experiências inexplicáveis, intensas, marcantes, que por vezes chegam a marcar mudanças profundas em nossas vidas, mesmo sem que tenha ocorrido absolutamente nada a nível Físico. E nem por isso foram menos reais ou verdadeiras.



Em geral a ocorrência de efeitos físicos seria a última consequência de um processo longo que esteve se passando a níveis mais sutis sem que se tivesse dado a devida atenção. Situações nas quais se observa com bastante antecedência sinais de Manifestações Mediúnicas da parte dos envolvidos. Processos Psíquicos profundos que por vezes passam despercebidos pela análise de Psicólogos e Psiquiatras, que acabam ficando encobertos por síndromes e problemas psicológicos já conhecidos e abafados pelo uso de Drogas Psicoativas.



Por vezes o consumo de Álcool e outras substâncias por parte dos envolvidos ao contrário de invalidar a ocorrência, ou a confiabilidade dos relatos, são por si só sintomas de todo um processo que se passa nas sombras, fora das vistas daqueles que analisam apenas ou em primeiro lugar os aspectos físicos da questão.



Os Fenômenos Físicos embora sejam o que há de mais chamativo, ainda assim não são o fator principal nem as raízes de tais Processos pode ser encontrada a nível físico. Sendo estes muito raros e bem menos sensacionais do que se mostra nos filmes, mas por menores que sejam, são impactantes e perturbadores para quem os vivencia e sem dúvida o mais importante nesses casos é dar alguma atenção à pessoa em si, sem nos importarmos tanto em procurar provas materiais para os Fenômenos Espirituais, pois não será assim que conseguiremos o aval das Ciências Convencionais. E muito especialmente devemos nos questionar porque deveríamos buscar por esse aval. Seria como se um poeta romancista precisasse ser reconhecido pelo Conselho Nacional de Odontologia para legitimar e dar credibilidade a sua obra e seu trabalho literário.